Esta quinta-feira, o Metro de Lisboa vai parar todo o dia, pela quarta vez este ano. As portas fecharam pouco depois das 23 horas de quarta-feira e só reabrem na sexta-feira de manhã. Esta é a oitava paralisação convocada pelos sindicatos que representam os trabalhadores da empresa em 2015, ainda a primeira metade do ano não está terminada.
Em 2014, houve oito greves convocadas no Metropolitano, de acordo com dados do centro de arbitragem do Conselho Económico e Social (CES). Fonte da empresa citada pelo Diário Económico fala em sete paralisações e diz que já está marcada nova greve para o final deste mês.
Para além de greves de 24 horas, houve paralisações que incidiram apenas sobre as primeiras horas do dia. O nível de conflitualidade laboral tem crescido nas últimas semanas à medida que se aproxima a data de decisão da subconcessão dos transportes de Lisboa. Esta semana foram conhecidos cinco candidatos. Três das quatro greves diárias ocorreram no último mês. Ao contrário da Carris e da CP, nas greves do Metropolitano os serviços mínimos fixados pelo CES não incluem a circulação de composições, mas apenas salvaguardam as condições de segurança.
Este ano o CES já analisou serviços mínimos para cerca de 20 paralisações nas empresas públicas de transportes de passageiros de Lisboa e Porto, um número que é superior ao analisado em todo o ano passado que foi de 16. Mas nem todas estas paralisações afetaram o serviço durante todo o dia. Outras limitaram-se a causar perturbações na operação. O Metropolitano de Lisboa é de longe a empresa que com maior número de greves realizadas nos primeiros seis meses do ano.
Se a comparação com o ano passado dá a ideia de uma escalada de conflitualidade nos transportes públicos, o número de paralisações que passou no CES em 2013 e 2012 ainda está longe de ser alcançado. Em 2012, ano em que os cortes nos custos salariais do Estado foram mais generalizados, o número de greves no setor foi superior a 50 e no seguinte superou os 40. Nem todas estas paralisações afetaram necessariamente a operação, algumas incidiram sobre horas extraordinárias ou foram convocadas por representantes de classes profissionais cuja paragem não é suficiente para travar o serviço.