Durante cerca de meia hora foi pendurada na varanda do Parlamento português um cartaz onde se podia ler “Vendido“. Os autores são membros do grupo “Eu não me vendo” – ligado ao movimento “Agir” – e a ação serviu para “aguçar o apetite” das que ainda estão para vir, garantiu Joana Amaral Dias ao Observador. A Assembleia da República já abriu um inquérito para investigar como é que foi colocada a faixa, refere o Público.

“A ação foi planeada, e a placa foi impressa numa gráfica”, afirmou Joana Amaral Dias, a líder do movimento político “Agir”. “Os ativistas entraram normalmente no Parlamento” já que segunda-feira é habitualmente um dia de pouco movimento em São Bento. Os seguranças nada fizeram e a placa foi ostentada na varanda “durante mais de meia hora, até eventualmente alguém ter dado por ela”, contou Joana Amaral Dias.

Veja o vídeo da ação colocado no site do grupo:

No site do “Eu não me vendo” pode ler-se: “O governo vendeu tudo o que podia, por tuta e meia. Prepara-se para entregar a Carris e o Metro, depois de vender a TAP por 10 milhões de euros. Uma companhia com mais de 60 aviões, alguns dos quais valem mais que 200 milhões de euros, cada um.”

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Segundo a política e psicóloga, “a Assembleia da República tornou-se numa central de negócios” e este tipo de ações visa protestar contra o facto de “nas privatizações, os vendedores e os compradores estarem sentados no mesmo lado, numa promiscuidade que apodrece a democracia”.

Na publicação do site lê-se ainda, em tom de explicação pela ação desta manhã:

“Tão grave quanto as negociatas, com escritórios amigos, para entregar todos os setores estratégicos da economia, o executivo de Passos Coelho entregou a soberania nacional aos pés da chanceler alemã Merkel. O parlamento português deixou de ter autoridade sobre o Orçamento do Estado. O BCE decide a política monetária. Berlim decide o nosso Orçamento. A nossa soberania foi vendida, os nossos serviços públicos destruídos, a nossa economia serve para salvar bancos. As reformas são cortadas, os pensionistas roubados, mas as PPPs e swaps são sagradas.”

“Gente que não se vende tem de Agir!”, lê-se no final da publicação do grupo “Eu não me vendo”.

* Texto editado por Filomena Martins