A Câmara Municipal de Lisboa vai investir 25 milhões de euros na reabilitação de 21 bairros municipais até 2017. A proposta, subscrita pela vereadora da Habitação Paula Marques, foi aprovada por maioria numa das duas reuniões da autarquia desta quarta-feira, apenas com a abstenção de PSD e CDS.

As obras de requalificação serão feitas pela empresa municipal que gere os bairros sociais de Lisboa, a Gebalis, cujos técnicos fizeram um diagnóstico à situação destas zonas e, juntamente com a análise feita por juntas de freguesia e as reclamações dos moradores, definiram quais as áreas prioritárias. Em Lisboa há 70 bairros municipais, construídos em diferentes alturas.

Entre os bairros que vão sofrer intervenções estão o da Ameixoeira, Padre Cruz, Quinta do Cabrinha, o do Armador e o 2 de Maio, por exemplo. Os maiores investimentos serão feitos nos bairros do Condado, da Horta Nova e da Alta de Lisboa, onde a autarquia conta gastar mais de dois milhões de euros. Outros cinco bairros terão obras a rondar o milhão e o milhão e meio de euros, enquanto os restantes 13 vão ter um investimento inferior a um milhão de euros.

“Há bairros municipais que não têm intervenção desde que foram construídos”, disse Paula Marques aos jornalistas, pouco depois de a proposta ter sido aprovada. Foi esse o motivo que levou a câmara a avançar para 21 bairros desde já. “Estou a pagar as favas pela falta de intervenção”, brincou a vereadora, referindo que a prioridade foi intervir em zonas que pertencem ao município a 100%. Com “uma verba desta monta faz sentido” que seja assim, justificou.

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Na grande maioria dos bairros, as obras vão ser nas coberturas, espaços comuns, fachadas, empenas e janelas. Em alguns deles, no entanto, a intervenção será maior. No Bairro 2 de Maio, por exemplo, toda a rede de esgotos vai ser renovada, enquanto nos bairros Padre Cruz e da Boavista já decorrem outros trabalhos no espaço público.

Além de obras físicas, “procurámos encontrar com as juntas de freguesia outras intervenções para dar o salto para a população residente”, ou seja, criar projetos sociais que dinamizem estes bairros, onde grande parte da população tem poucas ou nenhumas qualificações e onde também se registam elevadas taxas de desemprego.

Consciente de que “haverá sempre alguém que acha que o seu bairro devia ser intervencionado” antes de outros, a vereadora considera estes 25 milhões de euros como um primeiro passo num trabalho que, espera Paula Marques, venha a suavizar-se com o tempo. “Fazendo a requalificação profunda, entramos em velocidade cruzeiro para a manutenção”, disse.