“Voz e Guitarra”, espetáculo que encerrará as Festas de Lisboa, é a materialização em palco de um projeto que começou por ser uma dupla compilação, tendo como regra o uso de voz e guitarra acústica e de repertório português. O primeiro duplo álbum saiu em 1998 e o segundo em 2013.

Tal como aconteceu com o primeiro disco, esta segunda compilação também é transposta para palco, com uma maratona de curtas atuações de vários artistas. Grande parte participou no disco duplo, mas há nomes que se juntam pela primeira vez ao projeto, já depois da saída do disco, como David Fonseca, Rita Redshoes e Gisela João.

Cada músico interpretará um tema próprio e uma versão. Entre os quase trinta convidados estão Mafalda Veiga, Sérgio Godinho, Luísa Sobral, Vitorino, Samuel Úria, Jorge Palma, Ana Deus, Luís Varatojo, Dead Combo, Márcia, Luís Represas, Ana Bacalhau, Mário Delgado – guitarrista que acompanhará muitos dos intérpretes -, Miguel Araújo e António Zambujo.

“O fio condutor é a voz, com um acompanhamento à guitarra. Poderá ser outro instrumento de cordas, mas o essencial é isso”, juntando várias gerações de músicos, disse Manuel Paulo.

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Em palco, Márcia irá interpretar “Às vezes o amor” (Sérgio Godinho), Jorge Palma recriará “Foi por ela” (Fausto Bordalo Dias), David Fonseca cantará “A gente vai continuar” (Jorge Palma) e Sara Tavares “Problema de Expressão” (Clã).

Inédito será o encontro em palco entre a fadista Gisela João e o guitarrista Norberto Lobo, para interpretar “Que amor não me engana”, de José Afonso.

Os dois dias de espetáculo contarão com desenho em tempo real do designer e ilustrador António Jorge Gonçalves.

“Voz e guitarra 1” saiu em 1998 e vendeu na altura cerca de vinte mil exemplares, recebendo o disco de platina. Passou mais de uma década até ao lançamento do segundo volume de versões para voz e guitarra.

“A ideia de fazer um segundo volume perseguia-me há muitos anos, mas decidi que só o faria dez a doze anos depois do primeiro, para deixar afirmar uma nova geração que eu tivesse a certeza que tem o seu público e dá atenção às palavras. Neste caso o tempo é bom conselheiro”, afirmou em 2013 à Lusa António Guimarães, outro dos diretores do projeto.

António Guimarães quer fazer um terceiro volume, mas é preciso tempo para deixar surgir mais novos músicos, disse.