Foi lançada há dois anos pelo jovem Christopher Strauch e em 18 meses tornou-se líder do mercado asiático de comércio eletrónico de produtos óticos – óculos graduados, óculos de sol ou lentes de contacto. E não se fica por aqui. Presente em oito países asiáticos, a Glasses Group Global quer ser líder global do setor. Para conquistar a Europa, aterrou em Lisboa com um investimento de 1,8 milhões de euros. Objetivo: criar em Lisboa o centro de competências tecnológico que vai suportar a atividade da empresa no Velho Continente.

“Com dois anos de existência, já tem vários milhares de dólares de faturação, é uma empresa rentável e tem crescimentos muito bons. Disseram-nos que queriam entrar na Europa e conquistar o mercado”, explicou Stephan Morais, administrador executivo da Caixa Capital, segmento de capital de risco do grupo Caixa Geral de Depósitos.

A Caixa Capital entrou com meio milhão de dólares (cerca de 450 mil euros) na ronda de investimento que foi liderada pela Nova Founders – no valor de três milhões de dólares – e que permitiu que a empresa se baseasse em Lisboa. Destes, cerca de 1,8 milhões de euros são direcionados para o desenvolvimento do negócio em Portugal no próximo ano e meio.

O processo de recrutamento para “as várias dezenas” de responsáveis que vão precisar de empregar já começou.

“Estamos a falar de dezenas de pessoas que vão estar empregadas em Lisboa, porque o centro vai ser o background informático e vai ser a plataforma comercial de ataque ao mercado europeu”, explica Stephan Morais.

Porquê Portugal? Porque “é um país onde há disponibilidade de recursos humanos na área da informática, vendas, que falam bastantes línguas, com rendas acessíveis”, explica o líder da Caixa Capital ao Observador, acrescentando que é a primeira vez que uma capital de risco consegue que investidores internacionais tragam dinheiro para o país.

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“As outras rondas de financiamento têm sido feitas no estrangeiro, sobretudo em Londres e em Silicon Valley”; conta.

Antes de lançar a Glasses Group Global, Christopher Strauch fundou e liderou a Rocket Internet no Reino Unido, uma incubadora de startups na área tecnológica. Contudo, a sua carreira começou na banca de investimento, tendo passado pelo Morgan Stanley, em Londres, e pelo Citigroup, em Frankfurt, entre outros.

“Estamos muito satisfeitos por começar a trabalhar com a Caixa Capital. Esta parceria, para além da entrada de capital, será essencial para estabelecer uma forte presença na Europa a partir de Portugal”, diz Christopher Strauch, em comunicado enviado aos jornalistas.