Treze dos 14 arguidos detidos na quinta-feira numa investigação que envolve empresas de segurança privada ficaram em prisão preventiva, segundo informaram advogados dos arguidos à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).

Além destes 13 arguidos, que ficam em prisão preventiva, um ex-PSP saiu em liberdade, mas ficou proibido de contactar com elementos da empresa SPDE, responsável pela segurança no Estádio do Dragão, no Porto, e de usar arma.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, na Operação Fénix, a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), existem suspeitas de associação criminosa, de exercício ilícito da atividade de segurança privada, de detenção de arma proibida, de extorsão agravada, de coação, de ofensas à integridade física qualificada e de favorecimento pessoal.

Além das pessoas detidas na quinta-feira, foram realizadas buscas em diversas áreas do país, designadamente Lisboa, Porto, Amarante, Lamego, Braga, Vila Real, Lousada. As instalações do FC Porto e a residência do vice-presidente do clube Antero Henrique foram alvo de buscas devido às suas ligações com uma empresa de segurança que presta serviços no FC Porto. Em comunicado, a PSP indicou ainda que foram apreendidas 40 armas, cerca de 121 mil euros, 10 viaturas e munições de diversos calibres, além de documentação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Está a “confundir-se a árvore com a floresta”

O advogado de dois dos 13 arguidos que hoje ficaram em prisão preventiva, no âmbito da Operação Fénix, considera que não há no processo algo que possa provar os crimes de que são acusados. Em declarações à agência Lusa, Carvalho Bessa, advogado de Nuno Gonçalves e Daniel Silva, afirmou que neste processo está a “confundir-se a árvore com a floresta”.

“Os meus constituintes já tinham sido condenados há uns anos por estes crimes. Estão a confundir a árvore com a floresta”, adiantou. O advogado disse que “nada do que consta dos autos” faz prova dos crimes de que estão acusados Nuno Gonçalves e Daniel Cortês: extorsão e associação criminosa, entre outros.

Para Carvalho Bessa, os indícios que existem no processo são “muito brandos”. Sobre a medida aplicada – prisão preventiva – o advogado considera-a injusta. “No limite máximo, a prisão com vigilância eletrónica”, frisou.