Tudo começou com uma carta à Nike em 2012. Matthew Walzer, na altura com 16 anos, cansou-se da frustração de pedir em público aos amigos para lhe apertarem os atacadores dos ténis. Matthew nasceu com paralisia cerebral, condição que torna os seus músculos mais fracos. Calçar-se sempre foi uma tarefa complicada. A irritação culminou nas palavras que enviou à marca de desporto. “Ainda levei alguns anos a perceber exatamente o que eu queria dizer e como dizê-lo da forma mais certa”, explica, citado pelo Huffington Post.

A carta chegou às mãos certas. O CEO da Nike, Mark Parker, passou o testemunho a Tobie Hatfield, o diretor de inovação da empresa. A partir daí, Mathhew e Hatfield formaram uma equipa. A Mathhew coube partilhar a sua experiência, como um guia para identificar as dificuldades e orientar sugestões. A Hatfield coube anotar tudo, experimentar, melhorar. A parceria de três anos resultou nos Zoom Soldier 8 Flyease — os ténis para pessoas com deficiência. Estão à venda desde dia 16, por enquanto em quantidades limitadas, no site da Nike.

Estes ténis são mais ajustáveis e têm um fecho (zipper) que se arrasta pela parte de trás e, de uma só vez, permite que o pé saia com facilidade. O sistema permite que os ténis possam ser colocados e tirados com apenas uma mão. Matthew participa no vídeo de lançamento do produto, que explica as funcionalidades dos novos ténis.

https://youtu.be/TaNM_T1d1as

A marca promete que os ténis vão facilitar a vida a quem tenha sido amputado, mas também a quem tenha derrames ou a quem sofra de Parkinson. A experiência de Hatfield na área já não é nova. Em 2006, a atleta Sarah Reinertsen, com uma perna amputada desde os sete anos, explicava o aborrecimento que era comprar um par de ténis. “Cortar o sapato, acertar o tamanho, colá-lo”, detalhava a atleta a Hatfield. “Eu olhei para ela e disse: ‘Caramba Sarah, tens de fazer isso tudo?’

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