Os destroços de uma asa de avião encontrados na Ilha de Reunião, localizada a este de Madagáscar, no Oceano Índico, pertencem ao avião MH370. O resultado da investigação foi anunciado há instantes pelo primeiro-ministro da Malásia Najob Razak.
Numa breve conferência de imprensa, Najob Razak voltou a enviar condolências às famílias das vítimas e assegurou que tudo será feito para perceber o que de facto aconteceu ao Boeing da Malaysia Airlines. “É impossível descrever a angústia e incerteza que os familiares dos passageiros [do voo MH370] tiveram que suportar durante estes 515 dias desde o desaparecimento do avião. É um peso tremendo. Espero que esta confirmação, apesar de trágica e dolorosa, traga, pelo menos, uma maior certeza às famílias e entes queridos das 239 pessoas que seguiam a bordo do MH370”, afirmou o primeiro-ministro malaio.
On 8 March 2014, flight MH370 from Kuala Lumpur to Beijing disappeared. The days, weeks and months that followed have...
Posted by Najib Razak on Quarta-feira, 5 de Agosto de 2015
Comunicado na integra do primeiro-ministro da Malásia
A 8 de março, o avião, que seguia de Kuala Lumpur para Pequim, inverteu a rota e desapareceu misteriosamente dos radares – todos os comandos que permitiram identificar e localizar o aparelho foram desligados. De acordo com dados captados por satélite, o avião voou durante várias horas, até esgotar o combustível.
Inicialmente, a atenção dos investigadores centrou-se sobre o comandante, Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, e o seu copiloto, Abdul Hamid Fariq, de 27 anos – que terá, alegadamente, tentado efetuar uma chamada telefónica antes do aparelho desaparecer dos radares -, mas a investigação não descobriu factos suspeitos nas suas vidas.
Depois da mudança de rota, pouco mais se sabe e os investigadores apenas possuem os registos fornecidos pelos motores que indicam que o avião seguiu mesmo para sul.
Apesar deste avanço decisivo, os investigadores têm ainda um caminho longo (e difícil) para responder à pergunta mais importante: o que aconteceu, de facto, ao avião?
No final de julho, parte de uma asa, meia destruída, com alguns buracos e já enferrujada foi encontrada na Ilha Reunião. As imagens dos destroços foram enviadas a um ex-piloto militar, Xavier Tytelman. O especialista em aviação, pelo que viu nas fotografias, disse acreditar que o pedaço de asa podia de facto pertencer ao avião da Malaysia Airlines.
Durante 17 meses de investigação, fizeram-se buscas, inventaram-se teorias até que, quase um mês depois, as autoridades deram como provável a queda do avião no sul do Oceano Índico — o mesmo oceano que banha a costa da Ilha de Reunião, localizada a este de Madagáscar. A descoberta do fragmento da asa foi a primeira prova concreta da localização do aparelho da Boeing 777. E tudo parecia fazer mais sentido: é possível que as correntes oceânicas, como se pode ver nesta imagem do Wall Street Journal, tenham levado o destroço desde a zona em que se pensava que o avião tivesse caído até à ilha Reunião.
https://twitter.com/WSJ/status/626657238824955904/photo/1
A descoberta e posterior confirmação de que o fragmento de cerca de dois metros – conhecido como “flaperon” – pertencia de facto ao Boeing 777 é a primeira prova definitiva da queda do avião da Malaysia Airlines.
A companhia aérea já reagiu aos novos desenvolvimentos. “A Malaysia Airlines gostaria de transmitir sinceramente a nossa mais profunda tristeza às famílias e aos amigos dos passageiros a bordo de voo MH370”, escreveu em comunicado.