O Novo Banco fechou a primeira metade do ano com um prejuízo de 251,9 milhões de euros, que a instituição justifica, em parte, com a anulação contabilística de juros associados a operações com grandes clientes do BES.
A instituição que “herdou” os ativos (considerados, na altura) saudáveis do BES continua a acumular prejuízos. Depois dos prejuízos de 467,9 milhões de euros registados entre 4 de agosto e 31 de dezembro, o Novo Banco fechou os primeiros seis meses do ano com uma perda líquida de 251,9 milhões de euros. A informação foi esta segunda-feira difundida na CMVM, apesar das notícias que apontavam para que estes números só saíssem depois de ser fechado o processo de venda da instituição.
“A margem financeira sofreu um impacto negativo com a anulação contabilística de juros, provenientes na sua maioria de grandes operações contratadas antes da Resolução, no valor de 103 milhões de euros antes de impostos”, explica o banco. Vários clientes importantes do BES costumavam pagar os juros dos seus créditos com novos créditos, uma prática que dava margem financeira e aumento do volume de crédito concedido ao BES mas que o Novo Banco está a descontinuar.
Ainda assim, o Novo Banco registou um produto comercial de 407,9 milhões de euros, com 397 milhões em custos operacionais. As provisões ascenderam, contudo, a 271,6 milhões de euros, com destaque para as provisões de crédito, o que levou a que o resultado líquido tenha sido negativo em 251,9 milhões de euros.
Um outro fator que continua a obrigar a instituição a reconhecer imparidades é a contínua desvalorização em bolsa das ações da Pharol (antiga PT SGPS, que é acionista da Oi). Para este efeito foi contabilizada uma imparidade de 55,4 milhões de euros, informa o banco.
Os depósitos aumentaram, contudo, em 2,3 mil milhões no primeiro semestre e 6,5 mil milhões desde setembro. O total está em 28,9 mil milhões em depósitos.
O banco acrescentou que, no período, houve uma redução de 133 postos de trabalho. Em todo o grupo, o total foi de 195 funcionários a sair.