Marty McFly (Michael J. Fox) pega no DeLorean de Doc Emmett Brown (Christopher Lloyd) em 1985 e viaja até dia 21 de outubro de 2015, às 16h29. Até hoje, á hora em que publicamos este texto. McFly encontra um mundo totalmente novo e futurista. Pelo menos para quem via o filme “Regresso ao Futuro II” realizado por Robert Zemeckis (e produzido por Steven Spielberg) nos anos oitenta. Mas esse futuro, que é o nosso presente, será assim tão surpreendente? Ou o futuro de então estará um pouco desfasado da realidade dos nossos dias?

A verdade é que o filme acertou nalgumas coisas: televisões com ecrã plano ou a nostalgia pelos anos oitenta fazem, sem dúvida, parte do quotidiano de quem vive aquele futuro que agora é presente. Mas, e como diz a CNN, outras invenções ainda não estão por cá. Ou até podem estar, são é um bocado diferentes:

“O Tubarão 19”

Michael J. Fox chega a 2015 e uma das primeiras coisas que vê é um cartaz a anunciar a estreia da 19ª edição do filme “Tubarão”, curiosamente realizado por Steven Spielberg, que foi o produtor do “Regresso ao Futuro”. Houve mais 4 sequelas deste filme, mas nunca chegou à 19ª.

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Pizzas desidratadas 

Na versão do ano 2015 de O Regresso ao Futuro II, McFly fica eufórico por existirem pizzas hidratáveis. É dito até que “acredita que é possível hidratar uma pizza”. Mas, neste futuro verdadeiro que vivemos, colocar uma pizza, por exemplo, num microondas é o pior que se pode fazer. Para evitar fatias encharcadas é quase do senso comum para os amantes deste alimento que é preferível colocá-las algum tempo no forno. Fornos esses que já existiam em 1985.

Carros voadores

Qualquer previsão do futuro mete carros voadores. Este filme não foi exceção. A segurança rodoviária até tem um papel importante nos nosso dias e aqueles carros até tinham assentos ejetáveis que podiam salvar vidas em acidentes. Mas no nosso presente não vamos para o trabalho a voar nem carregamos num botão e saímos de pára-quedas antes de bater, Temos airbags e cockpits reforçados e chega. Os carros sem condutor ainda estão em testes. Talvez seja preciso fazer mais uns quilómetros com o DeLorean para acertar neste aspeto.

Aparelhos de indução de sono

Numa coisa os produtores acertaram: que as pessoas em 2015 iriam ter problemas em adormecer. O problema é que no filme os aparelhos que induzem o sono nunca são utilizados para resolver as insónias. Pelo contrário, servem para apagar a memória das pessoas que fazem demasiadas perguntas. É o que acontece à personagem Elisabeth Shue, namorada e mulher de Marty McFly. Também podia dar jeito na nossa realidade. Mas, não existe.

Ligar as luzes ao som da voz

Ora, neste aspeto nós resolvemos o problema antes do filme. Porquê? É que durante a estadia em 2015, McFly depara-se com luzes que se acendem com a frase “luzes acesas”. Já há anos que é possível iluminar a casa com outro som: bater palmas. Ou um simples movimento (mesmo com muitos problemas que às vezes nos deixam às escuras e obrigam a estranhos movimentos nos locais menos próprios).

Robots fotógrafos voadores

Em O Regresso ao Futuro II são muitas as máquinas fotográficas voadoras que tiram fotografias sozinhas. Um instrumento que daria muito jeito aos jornalistas. Isto não temos. Mas há uma coisa que é muito utilizada nos dias de hoje para filmagens aéreas. E voam sozinhas. Drones… De resto, só selfiesticks.

O que é feito do carro que viaja até ao futuro?

O DeLorean DMC-12 era um carro que viajava pelo tempo. As portas que abriam para cima e o design futurista fizeram as delícias dos amantes de carros na década de 80. No entanto, o modelo não teve o mesmo sucesso na vida real.

Como conta o El Mundo, este veículo era o sonho de um homem: John Zachary DeLorean. A verdade é que a empresa automóvel com o mesmo nome do fundador foi um fracasso. Abriu e fechou portas. John investiu dinheiro do próprio bolso para ressuscitar a empresa mais do que uma vez. Até que estreou o “Regresso ao Futuro”. O que fez com que o próprio DeLorean ligasse aos produtores e guionistas do filme a agradecer por terem imortalizado o seu DMC-12. O agradecimento justificava-se. Isto porque nem o carro de Doc Emmett Brown salvou o fabricante. Mas colocou o seu nome na memória de uma geração.

Já depois do encerramento definitivo da DeLorean, em 1997, o britânico Stephen Wynne, que vivia no Texas, decidiu comprar o que restava da DeLorean Motor Company. E fundou um negócio de restauro de carros de época. A quantidade de pedidos para restaurar veículos à imagem e semelhança daquele que levou McFly aos dias de hoje surpreendeu o próprio Wynne.

Inspirados nesta história, ou não, a série satírica American Dad dedicou um episódio onde Stan Smith e o seu filho Steve se juntam na tarefa de reconstruir o mítico DeLorean, e fazem de tudo para encontrar a porta que falta para completar o veículo.