A sonda não-tripulada Cassini-Huygens partiu da Terra no dia 15 de outubro de 1997 rumo ao planeta Saturno e, mais concretamente, ao seu sistema de luas, numa missão em conjunto da NASA, da Agência Espacial Europeia e da Agência Espacial Italiana. Em 2004 Cassini entrou na órbita do planeta e, esta quarta-feira, 20 passagens pela lua Encélado depois, a sonda vai aproximar-se da lua gelada de Saturno como nunca o fez.

Esta nova fase da missão de Cassini está a gerar expetactiva. É que a nave vai percorrer o polo sul da lua a apenas 50 km de distância. A superfície de Encélado já providenciou importantes respostas ou pistas que a tornaram no local com maior probabilidade de existir vida fora do planeta Terra.

Esta viagem pode trazer uma visão ainda mais aproximada sobre essa possibilidade. Ao passar pelo polo sul a tão pouca distância, os jatos de vapor de água e as partículas congeladas em erupção nessa zona podem oferecer as melhores amostras do oceano subterrâneo aí presente.

É verdade. Os cientistas acreditam na existência de um enorme oceano sob a crosta gelada de Encélado. Por isso, as condições desta superfície de água líquida podem ser suficientes para o aparecimento de organismos microbianos. 

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Aquilo que parece ser enormes fluxos de água preenche o polo sul de Encélado. (NASA/JPL/Space Science Institute)

Na prática, os pesquisadores querem identificar a composição química presente na crosta do sexto maior satélite natural de Saturno. Ao mesmo tempo, o objetivo é confirmar o modo como ocorrem as erupções aí registadas.

No fundo, Cassini vai estar particularmente atenta às moléculas de hidrogénio presentes na crosta, o que ajudaria a quantificar a atividade hidrotermal no fundo do oceano. O que, por sua vez, ajudaria a caracterizar a probabilidade da existência de vida no oceano que é, ao que tudo indica, ligeiramente salgado. 

Segundo o Guardian, os cientistas já explicaram que, se existirem indícios de vida, serão necessárias mais viagens para o confirmar. E a acontecer, esta pode variar entre algas microscópicas e pequenos peixes.

O cientista da NASA, Curt Niebur, considerou, em declarações ao mesmo jornal, que esta nova viagem “é um passo muito grande na nova era de exploração de mundos oceânicos no nossos sistema solar.” 

Estes são mundos com enormes corpos de água líquida debaixo das suas superfícies; corpos com grande potencial de providenciar oásis de vida por todo o nosso sistema solar”, explicou Niebur

A mesma equipa da NASA esclareceu ainda que a nave espacial da missão americana e europeia, Cassini, tem dois anos de vida antes de mergulhar na atmosfera de Saturno e morrer.