Foram 5.723 os participantes que encheram o Centro de Congressos de Lisboa, a semana passada, entre 20 e 22 de outubro. Foi a primeira vez que Portugal acolheu a conferência ICT — Innovate, Connect, Transform, considerado o maior evento europeu de tecnologia e inovação.
Em exposição estiveram centenas de projetos inovadores que põem a tecnologia e a ciência ao serviço da sociedade. Do vasto catálogo, escolhemos cinco.
MiR100, o robô de transporte
Não foi difícil encontrar o MiR100 na exposição. Aliás, foi ele que veio ter connosco para nos entregar um panfleto. Ele é isso mesmo: um robô desenhado para transportar coisas. O número 100 junto à sigla de Mobile Industrial Robots não é um mero adereço. Indica que esta máquina consegue transportar até 100 quilos de carga.
O MiR100 foi projetado e desenvolvido por Niels Jul Jacobsen, um engenheiro dinamarquês com vasta experiência em robótica. Consegue mapear um espaço e deslocar-se automaticamente de forma segura, sem chocar contra os outros objetos ou pessoas. Pode reproduzir música e ser controlado manualmente por computador. Para já, foram vendidas algumas unidades a fábricas e hospitais. Talvez não falte muito para começarmos a ver estes pequenos robôs passearem-se por aí.
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No One Left Behind, para pôr os mais novos a programar
Criar não é algo reservado aos adultos. Graças às aplicações desenvolvidas por este projeto, as crianças e adolescentes podem agora programar e criar aplicações móveis de raiz, bem como produzir música, vídeos, animações e outros conteúdos multimédia.
Para já, o PocketCode é a grande aposta. Tem versões para Android e iOS e, com um interface simples e intuitivo, permite a qualquer um desenvolver uma app ou um jogo. É o próprio utilizador a desenhar os elementos gráficos e a “escrever” o código através de conceitos simples de lógica. O resultado final pode ser divulgado a toda a comunidade e há mesmo a possibilidade de exportar um trabalho para principais lojas de aplicações. O No One Left Behind venceu o prémio de melhor projeto da categoria Connect, na ICT 2015.
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ServiceBots, um arsenal de robôs ao seu serviço
E se, em vez de um, pudéssemos ter vários robôs a trabalhar ao mesmo tempo? A Riga Technical University, na Letónia, tem estado a desenvolver um sistema para tornar isso possível: pôr robôs idênticos a desempenhar a mesma tarefa de forma coordenada.
Nesta exposição a demonstração usou robôs de limpeza capazes de comunicar uns com os outros. Só assim se puderam organizar automaticamente para aspirar o espaço da forma mais rápida e eficiente possível.
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USEMP, para tomar consciência do que partilha na internet
Temos pouco controlo sobre o uso que é dado à informação que partilhamos nas redes sociais. Esta é a convicção dos mentores do USEMP. Focados em inverter esta situação criaram o DataBait, uma ferramenta interativa que agrega todos esses dados e os converte em informação sobre a nossa vida privada.
O aplicativo usa “informação que pode ser observada diretamente ou inferida acedendo às contas nas redes sociais” para traçar um perfil bastante preciso de quem o usa. Expondo os utilizadores a tudo o que as redes “sabem” sobre eles, o USEMP acredita estar a “aumentar a sua consciência” para este tipo de questões. O USEMP — e o aplicativo DataBait — ganhou o prémio de melhor expositor da conferência ICT 2015.
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ABBI, uma pulseira especial para crianças invisuais
Uma pulseira especial para “ajudar crianças invisuais a desenvolver um sentido de espaço”. É assim que Lope Porquis, do Instituto Italiano de Tecnologia, define o dispositivo que tem ajudado a desenvolver no âmbito do projeto ABBI.
Ao usar o aparelho, uma criança invisual terá melhor perceção do espaço graças aos sons que a pulseira emite. O dispositivo não requer conhecimentos adicionais por parte de quem o usa e pode ser programado através de uma aplicação móvel.
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Editado por Pedro Esteves.