O governo português desaconselhou esta quinta-feira, num aviso divulgado no Portal das Comunidades Portuguesas, quaisquer viagens a áreas fronteiriças com a Líbia e o Sudão, bem como ao norte da península egípcia do Sinai.

“Desaconselham-se quaisquer viagens às áreas fronteiriças com a Líbia e o Sudão, bem como ao norte da península do Sinai”, indicou o aviso, atualizado hoje na área do portal dedicada aos conselhos aos viajantes.

Este aviso surge cinco dias depois de um Airbus A321 da companhia russa MetroJet se ter despenhado no norte do Sinai, matando todas as pessoas a bordo (224), apenas 23 minutos depois de descolar da estância balnear egípcia de Sharm el-Sheikh, localizada no Sinai.

Londres e Washington consideram provável que a queda do avião, ocorrida no sábado, poderá ter sido provocada pela explosão de uma bomba. O aviso das autoridades portuguesas abrange igualmente outras áreas do território egípcio.

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“Desaconselham-se as viagens não essenciais ao sul da península do Sinai, ao eixo de Suez — Ismailia – Port Saïd, ao Cairo e a Alexandria, principalmente aos locais habituais de realização de manifestações e potenciais focos de violência”, indicou a nota das autoridades portuguesas, que relembram que “as presentes informações não têm natureza vinculativa, funcionam apenas como indicações e conselhos, e são suscetíveis de alteração a qualquer momento”.

A França também hoje “desaconselhou” os seus cidadãos de viajarem para a península do Sinai, em concreto para Sharm el-Sheikh, a menos que exista “uma razão imperativa, nomeadamente profissional”.

O aviso do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês também inclui a cidade de Taba, igualmente localizada no Sinai. A companhia de aviação alemã Lufthansa anunciou hoje igualmente que “por motivos de precaução” ficam interrompidas as ligações aéreas com destino a Sharm el-Sheikh.

Num comunicado, a Lufthansa que realiza dois voos semanais, explorados pelas companhias filiais Edelweiss e Eurowings, anunciou que tem estado em contacto com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Berlim no sentido de iniciar o repatriamento dos cidadãos alemães que se encontram no Egito.

A companhia aérea Air France anunciou precisamente o mesmo procedimento em relação ao sobrevoo do Sinai e hoje as autoridades de Kiev proibiram as companhias aéreas ucranianas de sobrevoarem a região. O Reino Unido e a Irlanda também suspenderam temporariamente os voos de e para a estância turística egípcia de Sharm El-Sheikh.

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Philip Hammond, afirmou hoje, em declarações ao canal de informação Sky News, que o Reino Unido está a trabalhar com as autoridades egípcias para aplicar medidas de urgência, de forma a repatriar os turistas britânicos que estão em Sharm el-Sheikh.

Também hoje o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, afirmou em Londres que o Egito está “totalmente preparado para cooperar com todos os amigos [do país]” para garantir a segurança dos turistas estrangeiros.

“Estamos totalmente preparados para cooperar com todos os nossos amigos para garantir que os nossos aeroportos têm a segurança necessária para as pessoas que acolhemos”, disse o líder egípcio, após um encontro com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, na capital britânica.