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O ano passado, David Fonseca foi obrigado a fazer uma coisa de que não gosta: olhar para o passado. Terminada a reunião especial dos Silence 4, em honra da recuperação de Sofia Lisboa, o músico e compositor é prova de que o futuro é sempre uma incógnita: depois de anos a explicar que se expressava melhor em inglês, o novo disco Futuro Eu reúne 11 canções (mais uma escondida), todas escritas em português, mais diretas, mais expostas. São essas canções que o músico de Leiria vai mostrar ao vivo, sábado às 21h30, no Teatro de Vila Real. Os bilhetes custam 15 euros.

“Um grande cartaz espera a 24.ª edição do Guimarães Jazz“, promete a organização para o festival que decorre quase na totalidade no Centro Cultural Vila Flor. Depois do concerto inaugural desta quinta-feira, será possível ouvir na sexta, às 22h00, o baterista Brian Blade acompanhado pela The Fellowship Band. Sem guitarra, prevê-se um concerto predominantemente jazzístico. No sábado às 18h00, o programa continua com Cholet Känzig Papaux Trio e às 22h00 regressa o pianista de jazz contemporâneo Jason Moran, acompanhado pelo projeto Fats Waller Dance Party. Segue-se, domingo às 17h00, a Big Band e Ensemble de Cordas da ESMAE e o fim de semana encerra às 22h00, na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade, com o Projeto Guimarães Jazz/Porta-Jazz. Bilhetes a partir dos 10 euros.

Acabar com os estigmas associados ao cancro da mama e desafiar a capacidade de nos tornarmos mais fortes e focados face à doença. Estes foram apenas dois dos objetivos que motivaram o documentarista Koen Suidgeest a deixar a câmara de filmar de lado e a fotografar cerca de 200 mulheres que vivem com cancro da mama. “Não é muito diferente de um documentário”, disse o artista holandês no ano passado ao Observador. Algumas dessas fotografias mostram-se agora na Casa das Artes, no Porto, na exposição “Costuras à Flor da Pele“, e ali ficam até 18 de novembro. A entrada é gratuita.

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Continuando nas exposições imperdíveis, a propósito do centenário da revista “Orpheu” a Reitoria da Universidade do Porto vai receber a exposição “Orpheu e a sua época“, onde se incluem vários objetos de Fernando Pessoa. O público vai poder ver de perto, por exemplo, os óculos e a máquina de escrever do autor do Livro do Desassossego, uma carta dirigida a António Ferro e o emblema da Durban High School, na África do Sul. A mostra inclui ainda exemplares das três edições da revista “Orpheu”, uma escultura de Mário Cesariny e um quadro da autoria de Cruzeiro Seixas, dedicado ao poeta Mário de Sá-Carneiro. Para ver gratuitamente até 15 de dezembro, de segunda a sexta, das 10h00 às 18h00.

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“Agapornis” é só para maiores de 18 anos. ©Teatro de Marionetas do Porto

Em Matosinhos há um espetáculo de marionetas onde só os adultos podem entrar. “Agapornis“, que se estreou há um ano pela mão do Teatro de Marionetas do Porto, leva ao Cine-Teatro Constantino Nery as fantasias das personagens femininas da obra de Anaïs Nin, escritora francesa conhecida por narrativas e romances de conteúdo erótico. Para ver até sábado às 21h30 e domingo às 16h00, em troca de 7,50 euros.

A 30 de outubro abriu no Porto a primeira livraria de mulheres. No número 32 da Rua dos Bragas moram agora livros dedicados às questões que afetam e preocupam o sexo feminino, obras de autoras fundamentais como Virginia Woolf, mas, sobretudo, há um espaço aberto para “diversas iniciativas que contribuam para a formação, a educação, a imaginação”. O projeto foi criado por Aida Suarez e, após uma campanha de crowdfunding, a Confraria Vermelha Livraria de Mulheres ergueu-se. Conheça-a de terça-feira a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 19h00.

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O Cineteatro António Lamoso, em Santa Maria da Feira, vai estar por conta do Ri – Festival Nacional de Comédia, entre sexta-feira e domingo. O destaque vai para o espetáculo de sábado, às 21h00, com Joel Ricardo Santos, Zé Pedro, Joca, Hugo Sousa e Herman José (bilhetes entre os 10 e os 15 euros). Em exposição vão estar várias caricaturas de Rafael Bordalo Pinheiro.

A Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra começou no último fim de semana, mas até 29 de novembro há muito para aproveitar, entre exposições, conversas e performances. Este fim de semana, a curadoria da música está a cargo do Jazz ao Centro Clube e da Rádio Universidade de Coimbra e, para sábado às 22h00, marcaram uma reunião improvável entre o músico experimental alemão Marcus Schmickler e os portugueses Rafael Toral e Gustavo Costa. Os três estão em residência artística de criação e, no final, lançarão um disco. Esta vai ser a primeira amostra. Os bilhetes custam sete euros.

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Depois da estreia com Tiago Rodrigues, agora é Gonçalo Waddington quem contracena com Carla Maciel em “Albertine, o Continente Celeste”. ©Mário Melo Costa

No ano passado, Gonçalo Waddington mostrou pela primeira vez “Albertine, o Continente Celeste“, um espetáculo que toma como ponto de partida a obra Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, e os trabalhos de alguns dos mais destacados físicos teóricos e cosmólogos dos nossos dias, como Stephen Hawking, Lee Smolin, Sean Carroll, Carlo Rovelli e Pedro G. Ferreira. Ao juntar arte e ciência, a ideia é refletir sobre a memória e o tempo. Com interpretações de Carla Maciel e do próprio Gonçalo Waddington, “Albertine, o Continente Celeste” chega no sábado, às 21h30, ao Teatro Viriato, em Viseu. Bilhetes entre os cinco e os 10 euros.

Uma semana depois do Halloween, ainda há terror no Ribatejo. Os segundos Encontros Internacionais de Cinema Fantástico e de Horror vão estar no Centro Cultural do Cartaxo entre sexta-feira e domingo, com longas e curtas-metragens, animação, documentário e videoclip, nacional, regional (onde são incluídos os filmes realizados na região do Ribatejo) e filmes de estudantes. O homenageado desta edição é Christopher Lee, o “príncipe das trevas” falecido em junho que interpretou Drácula e Frankenstein. Dele serão exibidos alguns filmes que lhe marcaram a carreira. O bilhete normal para cada sessão custa quatro euros, mas com o bilhete diário de nove euros pode assistir a todos os filmes do dia. O programa completo pode ser consultado aqui.

Se não vibra com as aventuras de James Bond, saiba que há vida para além da estreia de “007 Spectre” nos cinemas portugueses, esta quinta-feira. Uma boa alternativa é “As Sufragistas“, filme que mostra as provações que um grupo de mulheres trabalhadoras no Reino Unido passou até conseguir conquistar o direito de votar, e que nos recorda que ainda há muito a fazer pela igualdade. Baseado na história real do movimento sufragista britânico, nos papéis principais estão Carey Mulligan, Helena Bonham Carter e Anne-Marie Duff, com Meryl Streep no papel especial de Emmeline Pankhurst, história fundadora do movimento.

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De seis em seis meses, há um evento em Lisboa absolutamente imperdível. Chama-se Open Day e ocupa a Lx Factory durante toda a sexta-feira com inúmeras atividades gratuitas, organizadas pelos vários ocupantes do espaço. Há exposições, intervenções artísticas, mostras de cinema, aulas abertas de yoga e artes marciais, workshops, jogos, descontos e, claro, música ao vivo. A entrada, como sempre, é gratuita.

O Misty Fest continua com os bons concertos. Na sexta-feira, às 21h00, os Dead Combo estreiam-se com As Cordas da Má Fama no Centro Cultural de Belém. E o que vem a ser isto? É fácil. Tó Trips e Pedro Gonçalves convidou um trio de cordas composto por Carlos Tony Gomes no violoncelo, Bruno Silva na viola de arco e Denis Stetsenko no violino para oferecer ao público uma passagem diferente pelos temas mais emblemáticos da dupla. Bilhetes entre os 20 e os 40 euros.

No mesmo dia, mas às 23h00, atuam os Ballaprojeto de Armando Teixeira, que ali apresentam Arqueologia, o novo álbum lançado esta semana. Os bilhetes podem ser adquiridos em duas versões: uma simples, por sete euros, ou através de um pack bilhete mais CD/Livro por 20 euros. Considerando a qualidade do formato físico deste disco, a segunda opção vale bem a pena. 

Boas notícias para os cinéfilos. Esta sexta-feira arranca o Lisbon & Estoril Film Festival, com 13 filmes em competição e muitos outros fora de competição, sessões especiais, homenagens, retrospetivas e convidados ilustres do mundo do cinema, como Nanni Moretti, Laurie Anderson, Barbet Schroeder, Wim Wenders e Luís Miguel Cintra. O filme de abertura, “Profissionais da Crise“, passa às 19h00 no Casino Estoril com a presença do realizador David Gordon Green e do ator Joaquim de Almeida. Quem preferir pode dirigir-se às 19h30 ao Cinema Medeia Monumental em Lisboa para ver “Minha Mãe“, o novo filme de Nanni Moretti (repete às 23h30 no Casino Estoril). Às 22h00, no Monumental, passa “Anomalisa“, o primeiro filme de animação em stop motion de Charlie Kaufman e que venceu o Grande Prémio do Júri no Festival de Veneza. Entre tantos e bons filmes, o difícil vai ser escolher, pelo que o melhor é olhar rapidamente para o programa e organizar a agenda. Bilhetes a partir dos cinco euros.

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Sofrer um crime violento e ser capaz de recomeçar. A propósito do 25.º aniversário, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima promove a exposição “O Virar da Página“, com fotografias de José Sarmento Matos. Entre setembro de 2014 e abril de 2015, o fotógrafo esteve com 30 pessoas que passaram por violência doméstica, tráfico humano, stalking e outras que ficaram traumatizadas pelo assassinato de alguém que lhes era próximo. Em comum têm a coragem de continuar em frente. Para ver no Espaço Novo Banco, em Lisboa, de segunda a sexta, entre as 9h00 e as 19h00, com entrada gratuita.

Se se assusta com facilidade, o melhor é passar já ao evento seguinte. As meias-noites de sexta-feira continuam a ter projeções na Cinemateca, em Lisboa. O ciclo de cinema de novembro chama-se “Venha o diabo… e escolha” e é composto por quatro filmes onde o diabo é personagem central. O primeiro é “A Semente do Diabo”, realizado por Roman Polanski em 1968, e conta a história aterradora do jovem casal Rosemary Woodhouse (Mia Farrow) e Guy Woodouse (John Cassavetes), que começa a experienciar fenómenos estranhos, culminando com a estranha gravidez da mulher. Carregará ela no ventre o anticristo? Os bilhetes custam 3,20, sujeitos aos descontos habituais.

O frio começa a aparecer e, com ele, o desejo de beber um chá quente acompanhado por scones acabados de fazer. A pensar nisso, Sandra Dias abriu em Cascais uma casa de chá chamada Justtea onde os clientes podem fazer a sua própria bebida enquanto trincam, por exemplo, bolo de laranja com chá preto. Até as compostas são de chá. Nada como ir até lá e experimentar, de segunda a domingo, das 10h00 às 21h00.

Em Grândola, a proposta gastronómica é outra. Entre 5 e 8 de novembro regressa a Feira de Chocolate, para atrair gulosos de todo o país como o açúcar atrai as formigas. Tudo acontece no Parque de Feiras e Exposições de Grândola e, por tudo, queremos dizer licores, espetadas de frutas com chocolate, bombons, bolos, crepes e chocolates artesanais, entre “muitas outras tentações doces”, incluindo para os olhos, com a exposição e a produção ao vivo de peças artísticas em chocolate.

Nas mesmas datas em que o chocolate adoça Grândola, a 16.ª Festa do Cinema Francês leva nove filmes da sua programação a Faro. Sexta-feira às 22h00, por exemplo, passa no Teatro Municipal de Faro “La Prochaine fois je viserai le coeur”, um filme de Cédric Anger sobre um maníaco que ataca jovens mulheres, escapando ao inquérito e às perseguições por se tratar de uma figura, à partida, improvável. Passando para uma comédia dramática encontramos “Maestro”, sábado às 19h00, divertida homenagem a Éric Rhomer e Jocelyn Quivrin de Léa Frazer. O evento termina com a exibição, domingo às 22h00, de “Lulu Femme Nue”. No seguimento de uma entrevista de emprego que corre mal, Lulu decide não voltar para casa, parte e deixa o marido e os seus três filhos. Lulu decide dar-se a si mesma alguns dias de liberdade, sozinha, na costa, sem que se sinta culpada. Os bilhetes para cada sessão custam 3,50, sujeitos aos descontos habituais.