O padre Joaquim Milheiro e três das fundadoras da Fraternidade Missionária de Cristo-Jovem, uma associação de fiéis em Requião, já foram ouvidos pelo Ministério Público de Famalicão. Os quatro arguidos, acusados de maus-tratos, escravidão e rapto de três noviças, ficaram sujeitos a termo de identidade e residência, anunciou aos jornalistas Ernesto Salgado, advogado da instituição.

Os quatro membros da fraternidade chegaram ao Tribunal de Famalicão às 9h30 e saíram já perto do meio-dia, sob os insultos de alguns populares. De acordo com a TVI 24, após este primeiro interrogatório, persiste apenas a acusação por escravidão. À saída, os arguidos não quiseram prestar declarações

Na passada quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) do Porto realizou buscas na propriedade de quatro hectares da Fraternidade Missionária de Cristo-Jovem, uma associação de fiéis da localidade de Requião, em Famalicão. A operação resultou na apreensão de vários objetos, que seriam usados para castigar as noviças. Em causa estava uma queixa de maus-tratos e escravidão apresentada por três ex-membros, que fugiram da fraternidade em 2014.

Apesar de a Fraternidade Missionária de Cristo-Jovem ser conhecida na zona como um convento, esta trata-se apenas de uma associação de fiéis. Isto significa que as freiras que a integram não são freiras, mas apenas leigas consagradas. O único membro ordenado é Joaquim Milheiro, padre e fundador da instituição nos anos 70.

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