O acordo da Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas está fechado. Para que o resultado positivo fosse atingido, houve uma estratégia a ajudar: chama-se “indaba”. Trata-se de uma técnica usada pelo povo Zulu e Xhosa da África do Sul e que tem como finalidade ajudar a simplificar as discussões entre as diversas partes.

A ideia, que foi testada por responsáveis da ONU na cimeira de Paris, é simples: em vez de cada parte repetir a sua posição até à exaustão em discursos sem fim, todos são encorajados a falar frente a frente e a apontarem as chamadas “linhas vermelhas” que não querem ultrapassar. Depois de revelaram as barreiras que para si são intransponíveis, têm de apontar soluções para um bem comum.

Foram duas semanas de negociação entre 195 países. Muitas vontades e intenções diferentes para gerir. Assim, as Nações Unidas optaram por experimentar esta técnica particular. Um exemplo: na quinta-feira, dia 10 de dezembro, a situação estava “particularmente tensa” em Paris, como conta a Quartz. Foi aplicada a técnica da “indaba” em salas particulares. Os responsáveis com pontos em discórdia reuniam em privado e iam rodando, “para que todos pudessem descansar”. Assim, com a exposição das vontades de cada um, foram-se conseguindo pequenos consensos.

“Como todos os países foram incluídos e como foi permitido que países com posições contrárias falassem sem estarem a ser observados, a ‘indaba’ permitiu chegar a progressos em 30 minutos”, explica o repórter do The Guardian.

Mas esta receita não é nova. Segundo o mesmo jornal, a ‘indaba’ foi introduzida em outra Conferência sobre o Clima em Durban, na África do Sul, em 2011. Perante um impasse nas negociações, o presidente da África do Sul pediu aos países para formarem um círculo e para falarem diretamente uns com os outros. Uma técnica defendida por um diplomata sul-africano ao jornal: “devia ser usada mais vezes quando não vemos solução para um problema”.

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