O selecionador espanhol, Vicente Del Bosque, afirmou que o seu futuro “está nas mãos” da federação espanhola de futebol e que será com o organismo para que trabalha que tomará uma “decisão final” sobre a sua carreira.
“Quando falar com o presidente resolveremos tudo. As coisas não devem ser feitas por se ganhar ou perder. Faltam seis meses para o Europeu [de futebol em França], sou um homem da federação e, antes de mais nada, tenho de pôr-me nas mãos deles para tomar a decisão final”, afirmou o selecionar espanhol.
Vicente Del Bosque, que vai liderar a seleção de Espanha no Europeu do próximo ano, falava hoje em Madrid na apresentação pública do seu livro “Ganar y Perder. La fortaleza emocional”, escrito pelo jornalista Vicente García, e cuja divulgação de alguns excertos na semana passada levaram à especulação sobre a sua saída da seleção depois dos 65 anos, precisamente a idade que terá quando se realizar o torneio.
Este livro “não é uma despedida, ainda que no final se fale da reforma”, esclareceu Del Bosque.
“No último capítulo creio que falo da reforma e creio que a coloco no condicional. Dizemos alguma coisa do género, ‘se tudo correr na normalidade, vai ser assim’. Não tenho medo, a não ser dos assuntos de família, agora, se tenho uma grande responsabilidade nos seis meses que tenho pela frente que essa responsabilidade vá de mãos dadas com o cargo”, acrescentou.
O extrato relevante divulgado na semana passada é um pouco mais assertivo do que o selecionador espanhol hoje escolheu passar sobre o seu futuro. “Se tudo correr como esperado, depois do Euro2016, deixarei a seleção nacional e a federação espanhola de futebol. Também é uma questão de saúde”, pode ler-se no livro.
Em outro dos excertos, Del Bosque recorda que está à frente da seleção espanhola há oito anos e sublinha que não tenciona ficar agarrado ao cargo.
Em reação à divulgação destes excertos, a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) fez saber, logo na semana passada, que pretende manter Vicente Del Bosque na sua estrutura, mesmo depois de o técnico abandonar a seleção, após o Euro2016.
“Del Bosque é património do futebol nacional [espanhol], pelo que a sua colaboração de uma ou de outra forma é sempre bem-vinda”, sublinhou à EFE uma fonte da RFEP.
Del Bosque, que substituiu Luis Aragonés depois do triunfo espanhol no Euro2008, é uma figura muito popular em Espanha, sobretudo devido às suas campanhas vitoriosas no Mundial de 2010 e à revalidação do título europeu em 2012.