Não acontece há mais de uma década: Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno vão alinhar-se pela primeira vez desde 2005 assim que começar a amanhecer. O fenómeno é visível desde a última quarta-feira (20 de janeiro) e vai continuar até 20 de fevereiro, com o pico a acontecer daqui a quinze dias (5 de fevereiro). Se não estiver disposto a acordar muito cedo, não se preocupe: o alinhamento volta a acontecer em agosto, e pode madrugar então, conta a Sky News.

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Esquema do alinhamento aparente dos cinco planetas visíveis no Hemisfério Norte; e da posição real dos planetas no Sistema Solar. Fonte: NASA. Créditos: Observador

A altura ideal para ver o alinhamento celestial acontece ainda antes do Sol nascer (7h50), por isso os astrónomos aconselham os curiosos a levantar os olhos cerca de 45 minutos antes da estrela aparecer no horizonte do Hemisfério Norte. O planeta Vénus será um dos mais fáceis de encontrar: é sempre a terceira luz mais brilhante do céu a partir da Terra, logo a seguir ao Sol e à Lua, pelo facto de a sua atmosfera refletir muito facilmente a luz solar. Logo a seguir vêm os gigantes gasosos, Júpiter e Saturno, também brilhantes o suficiente para se poderem enxergar a olho nu. Embora Marte seja mais pequeno, é simples encontrá-lo pela luz avermelhada que circunda o corpo. O mais tímido será Mercúrio: o planeta mais pequeno do Sistema Solar vai estar na ponta da cauda do alinhamento. Uns binóculos podem dar uma ajuda preciosa a quem quiser encontrar o planeta mais perto do Sol.

Jackie Faherty, um astrónomo do Museu Americano da História Natural, diz ao The New York Times que não é tão comum assim conseguir ver os cinco planetas visíveis num único olhar: “É como ver todos os seus amigos de uma vez só”, compara o cientista. O alinhamento, claro está, é apenas aparente. Os cinco corpos não estão realmente alinhados quando vistos a partir do Universo, mas como estão todos no mesmo plano que a Terra oferecem esta ilusão. Além disso, explica o The Guardian, este fenómeno astronómico também é possível pelo facto de todos estarem no mesmo lado do Sol ao mesmo tempo.

Eis uma dica para desfrutar deste fenómeno: não confunda as estrelas com os planetas. Uma das diferenças mais evidentes é que as estrelas emitem luz própria, enquanto os planetas se limitam a refletir a luz que lhes chega da estrela que orbitam. É muito simples diferenciar as duas quando olhar para o céu noturno: se a luz piscar é claramente uma estrela, se a luz for estática trata-se de um planeta. Se ainda assim tiver dúvidas, feche um dos olhos e tape o corpo em causa com o dedo: assim será mais fácil analisar a luz.

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