O diretor da Biotrial, o laboratório francês que desenvolve ensaios clínicos com a molécula fabricada pela portuguesa Bial, diz não ser possível, “por enquanto”, explicar o que falhou. François Peaucelle disse na sexta-feira, em entrevista ao Le Figaro, que a Biotrial ainda não identificou a falha: “Não observámos nenhum comportamento que possa estar na origem do sucedido”.

O caso remonta a 15 de janeiro, quando foi dado o alerta de que vários voluntários de ensaios clínicos tinham sido internados. Um morreu, enquanto o estado de saúde dos outros cinco homens hospitalizados continuava estável — até dia 21 teriam todos alta. Passados 15 dias ainda existem muitos pontos de interrogação.

Peaucelle explicou, ainda, o processo do internamento do paciente que acabaria por morrer. “O voluntário hospitalizado no domingo, dia 10 de janeiro, mostrava sintomas que não são alarmantes no quotidiano, que incluíam dores de cabeça. Mas enviámo-lo para as urgências para serem feitos mais testes, como precaução. No dia seguinte, administrámos o fármaco aos outros voluntários enquanto esperámos o seu regresso à Biotrial.” E adicionou: “Na manhã seguinte tivemos conhecimento de que ele tinha tido um AVC, o que acreditamos ser muito desconectado do ensaio clínico.”

O Centro Hospitalar Universitário de Rennes comunicou a morte do paciente a 17 de janeiro, que estava em morte cerebral. A vítima mortal foi admitida no hospital e teve uma evolução tão rápida que os médicos pensavam que estaria a ter um acidente vascular cerebral. Mais tarde verificaram que se tratava de uma trombose, disse Pierre-Gilles Edan, chefe do serviço de neurociências do CHU, numa conferência de imprensa na sexta-feira.

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