O PS contrariou neste domingo a “campanha de intoxicação pública” de PSD e CDS-PP sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2016, ironizando que se trata de “‘toma lá’ 1.400 milhões de euros e ‘dá cá’ apenas 290 milhões”. “Temos assistido, nos últimos dias, por parte de PSD e CDS, a uma campanha de intoxicação da opinião pública e de tentativa de transformar o orçamento numa coisa que não é. Têm dito que penaliza fortemente as famílias. Ainda hoje, o PSD disse que é o orçamento do ‘toma lá dá cá’. É de facto, toma lá 1.400 milhões de euros e dá cá apenas 290 milhões”, afirmou o porta-voz socialista João Galamba.

O vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Hugo Soares, afirmara que a proposta socialista ficará para a história como o orçamento do “toma lá dá cá”, onde está presente um “gigantesco aumento de impostos”, enquanto o presidente do CDS-PP e ex-vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, acusou o executivo do PS de ter lançado mão “de todos os impostos indiretos e taxas possíveis” para “fechar a conta” do Orçamento do Estado para 2016, apenas para satisfazer “uma opção ideológica”.

Segundo o deputado do PS, os contribuintes vão beneficiar de “430 milhões de euros da sobretaxa [do IRS]”, de “450 milhões de [reposição de] salários da função pública”, de “230 do aumento do salário mínimo” e de “200 de reposição dos mínimos sociais e atualização das pensões”, contabilidade que “não inclui a redução das taxas moderadoras e a descida do IVA da restauração, que são cerca de 175 milhões de euros”.

Este cenário permite um “aumento de rendimento das famílias, com a contrapartida do aumento de impostos sobre combustíveis e tabaco, os quais, mesmo se somados com o aumento do imposto automóvel e o Imposto Único de Circulação, ficarão abaixo dos 400 milhões”, acrescentou.

“A única coisa que não taxámos neste orçamento foi o descaramento de PSD e CDS”, condenou Galamba, lamentando que a oposição chame “de colossal aumento de impostos algo que é um pequeno grão de areia quando comparado com os impostos aumentados nos últimos anos – três mil milhões de euros em IRS e dois mil milhões de euros em IVA, num contexto em que não houve reposição de rendimentos”.

“Neste momento, ainda não iniciámos o processo [de discussão] em especialidade, que irá ocorrer com toda a naturalidade, mas não vejo razão para PCP, BE, e ‘Verdes’ e PAN já agora, não votarem a favor deste orçamento, que cumpre os acordos feitos à esquerda e significa um virar de página, no que ao rendimento disponível das famílias diz respeito, sobretudo famílias de menores rendimentos”, confiou.

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