O ex-ministro Miguel Relvas e o ex-secretário de estado Sérgio Monteiro estão na lista de cerca de 20 pessoas com quem Paulo Santana Lopes não pode falar no âmbito da “Operação Rota do Atlântico”. O irmão de Pedro Santana Lopes é suspeito de corrupção no comércio internacional e branqueamento de capitais juntamente com o empresário do futebol José Veiga.

Segundo o jornal Expresso, o ex-ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares e o ex-secretário de estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, no governo de Passos Coelho, constam da lista de pessoas com quem o arguido – que pagou uma caução de um milhão de euros para ficar em liberdade – não pode falar enquanto decorrer a investigação pelos crimes de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influência.

Em declarações ao Expresso, Miguel Relvas nega qualquer relação profissional com Veiga ou com Paulo Santana Lopes ou, mesmo, com o grupo Asperbras – a empresa brasileira através da qual Paulo Santana Lopes e José Veiga se estabeleceram no Congo. O ex-governante diz que esteve apenas um par de vezes com o arguido em jantares em casa de amigos comuns. E que só o cumprimentava quando o via. Mais, não tem qualquer negócio no Congo e os negócios imobiliários não o atraem.

Relvas já enviou uma carta à Procuradora Geral da República, Joana Marques Vidal, a mostrar-se disponível para declarações. Quer esclarecer quem são os seus amigos e quais os seus negócios.

Já Sérgio Monteiro disse ao Expresso que o processo de venda do Banco Internacional de Cabo Verde – que originou a investigação do Ministério Público – foi anterior à sua contratação como consultor para liderar a alienação do Grupo Espírito Santo. Mais. A decisão da venda do banco partiu da administração do Novo Banco. E o ex-secretário de estado foi contratado pelo Banco de Portugal.

Na lista de proibição de contactos de Paulo Santana Lopes estão ainda todos os administradores e funcionários do Novo Banco, incluindo o presidente Stock da Cunha, e do Banco Internacional de Cabo Verde. Todos eles poderão ser chamados a testemunhar no processo.

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