O IndieLisboa 2016 abre no dia 20 de Abril e decorre até um de Maio, com todas as habituais secções, da Competição Internacional e Nacional até à IndieMusic e à Director’s Cut, entre outras, para ver na Culturgest, Cinemateca, Cinema São Jorge e Cinema Ideal. Serão exibidos, no total, 289 filmes (87 longas-metragens e 222 curtas). Haverá 40 filmes portugueses (10 longas e 30 curtas), 21 dos quais na Competição Nacional (17 curtas e 4 longas). A programação é apresentada hoje, mas o Observador adianta desde já uma selecção de dez filmes a não perder na edição deste ano.

“Love & Friendship” (Whit Stillman) – O norte-americano autor de “Barcelona” e “Metropolitan” já foi Herói Independente do festival no ano passado, juntamente com Mia Hansen-Love, e é dele este ano o filme de abertura. Em “Love & Friendship”, Stillman torna-se no mais recente realizador a visitar o universo literário de Jane Austen, com esta adaptação da obra “Lady Susan”, da escritora inglesa, interpretada por nomes como Kate Beckinsale, Stephen Fry ou Chloë Sevigny.

“In the Last Days of the City” (Tamer El Said) – Este filme da Competição Internacional) permite-nos conhecer Tamer El Said, nome importante do cinema egípcio contemporâneo, argumentista, produtor e realizador, que assina aqui a sua primeira longa-metragem de ficção. “In the Last Days of the City” foi rodado em Berlim, Beirute, Bagdade e no Cairo, e segue um jovem realizador que, em 2009, antes da revolta da Praça Tahrir, tenta fazer um documentário sobre a capital egípcia. Enquanto isso, a sua mãe está gravemente doente e a mulher que ama vai deixar o país.

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“James White” (Josh Mond) – Premiado em festivais como Sundance, Deauville ou Locarno, “James White” é a estreia na realização de longas-metragens do produtor de “Depois das Aulas” e “Martha Marcy May Marlene”. A personagem do título é um jovem novaiorquino (Christopher Abbott), indolente e com um feitio difícil e auto-destrutivo, que percebe que tem de mudar o seu comportamento porque a mãe (Cynthia Nixon, de “O Sexo e a Cidade”) está a combater um cancro.

“Estive em Lisboa e Lembrei de Você” (José Barahona) – Um dos filmes da Competição Nacional é esta adaptação do romance do escritor brasileiro José Ruffato, assinada pelo português José Barahona. Estamos em 2005. Sérgio de Souza Sampaio leva uma vida modesta em Minas Gerais, onde trabalha numa empresa ligada à indústria. Após um dramático problema familiar, perde o emprego, decide emigrar para Portugal e vem instalar-se em Lisboa. Com Paulo Azevedo, Renata Ferraz e Armando Fontoura.

“Boi Neon” (Gabriel Mascaro) – Na secção Silvestre, onde coabitam fitas de cineastas consagrados e de mais jovens, passa “Boi Neon”, do brasileiro Gabriel Mascaro, premiado nos festivais do Rio de Janeiro, Marraquexe e Havana, bem como no de Veneza, na secção paralela Horizontes. Iremar é um vaqueiro do Nordeste que trabalha nas “vaquejadas”, o equivalente brasileiro dos “rodeos” norte-americanos, e sonha ser um estilista de sucesso, dedicando-se a criar roupas nos tempos livres.

“Innocence of Memories-Orhan Pamuk’s Museum and Istanbul” (Grant Gee) – Ainda na Silvestre, destaque para este documentário do britânico Grant Gee, que parte do livro do Prémio Nobel da Literatura turco Orhan Pamuk, “O Museu da Inocência” para, com a colaboração deste, construir um filme-colagem que vai buscar personagens e situações da obra, viaja por Istambul guiado por Pahmuk e leva-nos ao museu que o próprio romancista criou como contraponto ao do seu livro.

“Amor e Sangue” (Paul Verhoeven) – Juntamente com o actor e realizador francês Vincent Macaigne, o holandês Paul Verhoven é o Herói Independente do IndieLisboa 2016, que vai mostrar todas as suas curtas e longas-metragens. Um dos melhores filmes de Verhoeven é “Amor e Sangue”, de 1985, filmado em Espanha e passado no final da Idade Média, onde Rutger Hauer, o actor favorito do realizador, lidera um grupo de mercenários que se vinga de um senhor feudal que não lhes pagou. Também com Jennifer Jason Leigh, Tom Burlinson e Jack Thompson.

“Janis: Little Girl Blue” (Amy Berg) – Um dos vários títulos da secção IndieMusic é este documentário sobre Janis Joplin, narrado por Cat Power e assinado por Amy Berg, co-autora de “A Oeste de Memphis”. A realizadora parte da correspondência da cantora para traçar a história da sua carreira e do seu fim prematuro, aos 27 anos. Entre muitos outros, participam ou aparecem em imagens de arquivo, Otis Redding, Yoko Ono, Kris Kristofferson, Melissa Etheridge, Juliette Lewis ou Country Joe McDonald.

“The Lobster” (Yorgos Lanthimos) – Na secção Boca do Inferno, o realizador de “Canino” exibe “The Lobster”, distinguido com o Prémio do Júri do Festival de Cannes e interpretado por Colin Farrell, Rachel Weisz, John C. Reilly e Léa Seydoux, entre outros. É o primeiro filme falado em inglês do grego Lanthimos, uma fantasia passada num futuro próximo e distópico, numa cidade onde os solteiros têm 45 dias para arranjarem parceiro, ou então são transformados em animais.

“Cartas da Guerra” (Ivo M. Ferreira) – Estreado na Competição do Festival de Berlim este ano, este filme de Ivo M. Ferreira, a exibir numa sessão especial no dia 25 de Abril, baseia-se no livro de António Lobo Antunes “D’este viver aqui neste papel descripto – Cartas da Guerra”, que inclui a correspondência do escritor para a primeira mulher, quando esteve em Angola como médico durante a guerra do Ultramar, entre 1971 e 1973. Com Miguel Nunes, Margarida Vila-Nova, Ricardo Pereira e João Pedro Vaz.