O exército sírio recuperou este domingo o controlo total de Palmira, cidade que esteve tomada pelos extremistas do Estado Islâmico (EI) durante mais de um ano, disse à AFP uma fonte militar.

“Após combates noturnos violentos, o exército controla totalmente a cidade de Palmira, incluindo a parte antiga e a parte residencial. Eles [os ‘jihadistas’] retiraram-se”, disse a mesma fonte militar, citada pela AFP.

As tropas sírias, apoiadas pela aviação russa, haviam entrado na quinta-feira na antiga cidade de Palmira, classificada como Património Mundial pela agência da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

A tomada de Palmira é o culminar de uma ofensiva que o exército lançou no início do mês, com o apoio de raides aéreos russos.

A queda da cidade provocou ondas de choque em todo o mundo, quando o Estado Islâmico lançou uma campanha de destruição dos monumentos classificados pela Unesco, fazendo explodir templos e pilhando relíquias que datam de há 2.000 anos.

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A sua recaptura será vista como uma vitória estratégica, mas também simbólica, do presidente sírio, Bashar al-Assad, já que quem controla a cidade também controla o vasto deserto que se estende do centro da Síria até à fronteira com o Iraque, afirmam analistas.

A recuperação de Palmira foi considerada uma “conquista importante” por Bashar al-Assad. Numa intervenção diante de deputados franceses que estão a realizar uma visita à capital síria de Damasco, Bashar al-Assad afirmou que “a libertação da cidade histórica de Palmira é uma conquista importante”, acrescentando que esta conquista é “uma nova prova da eficácia da estratégia do exército sírio e dos seus aliados na guerra contra o terrorismo”.

O chefe de Estado sírio realçou ainda que a conquista de Palmira pelas forças governamentais sírias “mostra que a coligação — liderada pelos Estados Unidos e que inclui mais de 60 países — não está seriamente a lutar contra o terrorismo”.

Logo na quinta-feira, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, felicitou a “libertação” da cidade, dizendo que a agência “está preparada para ir rapidamente para o local para, juntamente com as autoridades sírias, assim que as condições de segurança o permitiram, realizar uma missão de avaliação dos danos e proteção do património inestimável da cidade”.

Segundo Irina Bokova, o saque a Palmira é o “símbolo da limpeza cultural que arrasa o Médio Oriente”.

No sábado, o diretor de Antiguidades e Museus da Síria, Maamun Abdelkarim, anunciou que as ruínas de Palmira sofreram danos recuperáveis, dado que não houve combates no interior.

Situada num oásis, Palmira foi no passado um dos centros culturais mais importantes do mundo antigo e um ponto de encontro das caravanas que percorriam a Rota da Seda, que atravessa o deserto do centro da Síria.

Antes do início do conflito na Síria, em março de 2011, as ruínas eram uma das principais atrações turísticas deste país árabe e também da região.