Os Panama Papers, investigados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, revelam que a sociedade offshore à qual Luís Portela, presidente não executivo da farmacêutica Bial, tinha ligação foi utilizada para movimentar uma conta bancária no banco suíço UBS. A família Portela tinha uma conta no UBS em Genebra e servir-se-ia da sociedade Grandison International Group Corp para fazer transações, noticiam a TVI e o Expresso.

A sociedade terá sido criada em 2003 no Panamá através da Mossack Fonseca e faria parte da rede de empresas fachada usada para mascarar a origem de ativos financeiros. Esteve ativa até 2012. Os administradores da empresa, que foram designados pela Mossack Fonseca apenas para assinar documentos, transfeririam plenos poderes a Luís Portela em 2004, através de uma procuração. A empresa era controlada indiretamente pelo presidente da Bial, já que era acionista da sociedade ainda que as suas ações não estivessem registadas.

A criação da conta no UBS em Genebra foi aprovada numa reunião da Grandison a 17 de maio de 2004. A essa conta, tinham acesso também António, Miguel e Luísa Portela, os três filhos de Luís, que era o principal titular da conta. Para que os filhos a pudessem movimentar, era necessário que todos os outros membros assinassem, contam os dois meios de comunicação social portuguesa que investigam o escândalo.

Em declarações ao Expresso e à TVI, Luís Portela disse que “apenas a subsidiária da Bial na Suíça tem atualmente conta ativa na UBS SA”. Acrescentou ainda que “não existe qualquer outra conta ativa na UBS SA pertencente a outra atual sociedade do grupo Bial ou, ainda, a entidade ou sociedade na qual, eu ou os meus filhos, tenhamos participação. A sociedade Grandison Internacional GroupCorp foi encerrada há alguns anos”.

Luís Portela negou desde o primeiro momento em que o seu nome surgiu nos Panama Papers qualquer irregularidade fiscal, tanto a título pessoal, como na empresa que criou.

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