O primeiro-ministro António Costa aceitou levantar parcialmente o segredo de Estado para que o tribunal que está a julgar Jorge Silva Carvalho no chamado ‘caso das secretas’ conheça melhor as razões que levaram o ex-diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa a apresentar a sua demissão, avança o Diário de Notícias.

O tribunal presidido pela juíza Rosa Brandão tinha requerido o acesso às cartas de demissão enviadas por Silva Carvalho ao então primeiro-ministro José Sócrates e a Júlio Pereira, secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa. O gabinete de António Costa apenas enviou, contudo, a missiva dirigida a este último, argumentando que ainda não conseguiu localizar a carta enviada para Sócrates.

A magistrada, em nome das defesas dos arguidos, tinha igualmente solicitado o levantamento do segredo de Estado relativo a diversos documentos dos serviços secretos, nomeadamente o Manuel de Procedimentos das secretas e os módulos de formação dos espiões nacionais, mas a resposta de António Costa não é clara. Os advogados de defesa têm agora 10 dias para se pronunciarem.

Recorde-se que Jorge Silva Carvalho está a ser julgado, juntamente com João Luís (ex-funcionário do Sistema de Informações de Segurança), Gisela Teixeira (ex-operadora da Optimus) e Nuno Vasconcelos (presidente da Ongoing), por diversos crimes relacionados com o acesso ilegítimo a dados pessoais, abuso de poder, violação de segredo de Estado e corrupção ativa e passiva para ato ilícito.

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