O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, anunciou este domingo a realização de uma semana de luta, de 16 a 20 de maio, com greves, manifestações e concentrações, pela reposição dos direitos dos trabalhadores.

Arménio Carlos justificou a iniciativa afirmando que “só com a luta se alcança a mudança” e que a semana de manifestações pretende reivindicar o aumento de salários, o emprego com direitos, a renovação da contratação coletiva e as 35 horas de trabalho semanal para os trabalhadores dos setores público e privado, e ainda a revisão de normas “gravosas” da legislação laboral.

O anúncio foi feito por Arménio Carlos perante milhares de pessoas que o ouviam na alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, onde terminou o tradicional desfile comemorativo do Dia do Trabalhador.

Não é uma jornada contra o Governo — o líder sindical elogiou a inversão de rumo levada a cabo pelo Executivo de António Costa — mas sim uma semana de luta em defesa dos trabalhadores, do Estado, do setor empresarial do Estado e do setor privado e vai-se centrar nos locais de trabalho onde as entidades patronais receberam cadernos reivindicativos dos trabalhadores “aos quais não responderam ou de responderam de forma insuficiente.”

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“Podem contar que na semana de 16 a 20 de maio lá estarão os sindicatos a existir respostas às reivindicações e sempre que necessário a sair à rua para demonstrar a força que temos e a capacidade de mobilização suscetível de alterar o rumo dos acontecimentos.”

O dirigente sindical considerou que “as medidas implementadas [pelo atual Governo socialista], embora limitadas, invertem o rumo de cortes sucessivos nos salários, nas pensões e nos direitos”, mas defendeu que perante o novo quadro político e “nesta nova fase é preciso ir mais longe”.

O anúncio do líder da CGTP surge num contexto de estabilidade social que tem marcado os primeiros meses do governo liderado pelo PS e apoiado pelo Bloco e pelo PCP, e que foi aliás visível nas manifestações do 1º de Maio. Este domingo, ouviram poucas palavras de ordem contra as políticas do governo, o que contrasta com os movimentos de contestação social que marcaram o tempo da coligação PSD-CDS no poder, também por causa das medidas associadas à passagem da troika por Portugal.