Os principais agentes nacionais de turismo e especialistas internacionais do setor reúnem-se a partir deste domingo, em Coimbra, na terceira edição do Vê Portugal – Fórum do Turismo Interno, que contará com mais de 600 participantes.
Iniciativa conjunta da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal e da Câmara Municipal de Coimbra, o Fórum decorre até terça-feira no renovado Convento São Francisco e tem como objetivo assumido pelos organizadores “trazer para a ribalta a discussão sobre o mercado interno, procurando alargá-la ao debate sobre a articulação entre Governo e as instituições”, públicas e privadas.
“Acreditamos que é possível fazer crescer o mercado interno, que está disponível 365 dias por ano e que já representa uma fatia importante no conjunto total de dormidas em Portugal”, refere Pedro Machado, presidente da Turismo Centro.
Definido pela OMT (Organização Mundial do Turismo) como deslocações realizadas com fins turísticos pelos residentes de um país dentro do respetivo território nacional, o Turismo Interno (TI) ou doméstico representa para Portugal 29,6 por cento das dormidas totais nacionais, cujo total global foi superior a 48,9 milhões de dormidas em 2015, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
No caso dos cem concelhos abrangidos pela Turismo Centro, o TI representou no ano passado mais 58 por cento do total de dormidas, num número total de hóspedes nacionais superior a 1,8 milhões, o que contribuiu de sobremaneira para que os proveitos dos operadores turísticos na Região ultrapassassem um valor global recorde de 200 milhões de euros em 2015.
Perante o peso cada vez maior do Turismo Interno no número de dormidas, com consequente impacto nos proveitos do setor, a Turismo Centro vai levar à discussão no Fórum do Convento São Francisco os três temas considerados prioritários: sazonalidade, “litoralização” do negócio e baixa estadia média dos visitantes nacionais.
“São três temas vitais para o setor, áreas em que devemos e podemos fazer melhor”, resume Pedro Machado.
Para ajudar a encontrar uma estratégia que permita manter bons números do TI durante todo o ano, criando novas oportunidades de negócio no interior do país e aumentando o tempo médio de estadia dos visitantes nacionais nas unidades hoteleiras, a Turismo Centro convidou um painel extenso de especialistas nacionais e estrangeiros, e de figuras com responsabilidades públicas.
“Acreditamos que será possível aprender com a experiência de outros países que enfrentam problemas estruturais semelhantes aos nossos”, diz o presidente da Turismo Centro.
Na lista de oradores no Fórum, para além do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral (participa num jantar-debate), e da secretária de Estado de Turismo, Ana Mendes Godinho (que encerra o congresso), destaca-se a sul-africana Nina Freysen-Pretorius, presidente da ICCA (International Congress and Convention Association), entidade que gere o maior banco de dados sobre eventos internacionais do mundo.
Pelos seis painéis temáticos do Fórum vão ainda passar figuras como Maribel Rodriguez, responsável em Espanha pela WTTC (The World Travel & Tourism Council, entidade vocacionada para viagens de executivos), Jordi Carnes, CEO do Turismo de Barcelona, e os professores universitários Alfonso Vargas (Espanha) e Antonio Magliulo (Itália), que irão propor soluções para os problemas da sazonalidade, baixa permanência e litoralização do negócio.
“Deste congresso esperamos recentrar o mercado interno nas prioridades da política pública nacional e valorizar marcas e produtos distintivos da oferta portuguesa”, resume Pedro Machado.