Rival directo de modelos como o Audi A4 e o Mercedes-Benz Classe C, o Série 3 da marca da hélice não podia ficar de braços cruzados com a chegada das novas gerações do A4 e do Classe C, razão pela qual se submeteu a substancial actualização, visando não somente a estética, mas também a componente tecnológica e motorizações.
No caso da estética, o restyling acabou por levar à adopção de novos faróis (que a partir de agora podem ser em Full LED (por 1.850€) e farolins (também em LED), grelha de maiores dimensões, novos pára-choques com entradas de ar também maiores, além de mais cores exteriores, com preços que vão dos 920 aos 2.016€. Todas elas soluções que dotam o Série 3 de uma estética exterior não apenas mais agressiva, como também mais apaixonante.
Já o interior peca por um design algo conservador e a evolução faz-se notar, principalmente, na melhoria da qualidade dos materiais, assim como na utilização de cromados – por exemplo, nas saídas da ventilação. A tudo isto juntam-se novas tecnologias, como o sistema de chamada de emergência eCall, o sensor de chuva e controlo automático da iluminação médio/máximos, bem como o kit mãos livres com interface USB.
Novidades opcionais
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Opcionalmente, o modelo pode ser equipado com Head-Up Display a cores (823€), um novo sistema de navegação com um grafismo mais moderno e mapas em 3D (2.574€, com actualização gratuita durante os primeiros três anos), bem como com o sistema de auxílio ao estacionamento (362€), que a partir de agora permite parquear também em paralelo.
Sem novidades em aspectos como a habitabilidade, que se mantém mais vocacionada para quatro ocupantes, assim como na ergonomia, que continua em bom plano fruto do correcto posicionamento da generalidade dos comandos (com especial destaque para o funcional e intuitivo joystick rotativo do sistema de infoentretenimento), o 318d Sport continua a disponibilizar uma excelente posição de condução, como é típico da marca. Só continua a faltar uma melhor visibilidade traseira, condicionada, em grande parte, por um óculo demasiado alto que não permite ver a extremidade posterior do veículo, que a adopção dos sensores traseiros opcionais de apoio ao estacionamento (411€) pode ajudar a atenuar.
Prazer ao volante
No entanto e apesar de agora visualmente mais cativante e disponibilizando muitas das tecnologias que hoje em dia tendem a ser consideradas como “quase obrigatórias”, é ainda e sempre no desempenho dinâmico que o Série 3 tem o seu grande argumento.
Oferecendo de origem o sistema de modos de condução, a que a BMW chama ‘Experiência de Condução’, o Série 3 permite adequar a resposta do motor e da direcção, assim como da caixa de velocidades (apenas com transmissão automática) e da suspensão (em caso de suspensão pneumática), ao tipo de condução adoptado. Basta, para tal, seleccionar um de quatro modos: Comfort, para uma utilização mais descontraída; Eco Pro, para uma condução mais eficiente; Sport, para momentos de maior dinamismo e com maior interacção com o carro; e Sport+, para uma condução mais directa e desportiva.
Independentemente do modo, o 318d Sport é sempre um prazer de conduzir, ligeiramente seco de suspensão, mas sempre ágil e muito equilibrado quando a tónica é colocada numa condução mais dinâmica. É aqui que o BMW mais se diferencia da concortrência, mesmo se o seu objectivo não é rivalizar com os seus “irmãos” que envergam a sigla M, reservada às versões mais desportivas da casa.
Motor para todo o serviço
A alma do 318d Sport é a versão menos potente do conhecido motor 2,0 litros turbodiesel, com 150 cv de potência às 4.000 rpm e 320 Nm de binário a partir das 1500 rpm, o que lhe assegura uma resposta pronta ao acelerador logo a partir dos regimes mais baixos. Graças à adopção da tecnologia Efficient Dynamics, o modelo surpreende ao anunciar um consumo de apenas 4,0 l/100 km e emissões de CO2 de 106 g/km, o que figura entre os melhores da classe.
Sem se aproximar do dinamismo das versões mais possantes deste bloco, como por exemplo a 320d de 190 cv, o 318d Sport exibe uma elasticidade notável e explora bem a caixa manual de seis velocidades, para garantir acelerações dos 0 aos 100 km/h em menos de 9 segundos. E, se continuarmos a acelerar, lança-se sem muita dificuldade – ainda que com alguma sonoridade (a insonorização é um aspecto a melhorar) e, por vezes, até vibração –, para velocidades proibitivas e não muito distantes dos anunciados 215 km/h fixados como valor máximo. Mas não é preciso chegar a tais patamares para se poder experienciar o prazer de condução muito próprio de um tracção traseira. À excepção do mau piso (o conforto ressente-se), o 318d Sport não pede mais que dedicação da parte do condutor para colocar em evidência uma garra muito própria, sobretudo em modo Sport ou Sport+. Neste último, que dispensa totalmente as ajudas electrónicas, a diferença faz-se sentir. Mas prepare-se para apanhar alguns sustos, sobretudo se o piso estiver molhado ou anormalmente escorregadio.
Mantendo consumos perfeitamente aceitáveis (6,2 l/100 km foi a nossa média), o 318d Sport ensaiado é proposto por 41 mil euros. É, talvez, a versão mais equilibrada da gama.