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Canções para ouvir depois do Brexit

Este artigo tem mais de 5 anos

O referendo mostrou que maior parte dos britânicos queriam a saída do Reino Unido da União Europeia. O Observador reuniu algumas canções para dar uma banda-sonora ao Brexit.

Bandeira do Reino Unido no festival Glastonbury, em Inglaterra
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Bandeira do Reino Unido no festival Glastonbury, em Inglaterra

Matt Cardy

Bandeira do Reino Unido no festival Glastonbury, em Inglaterra

Matt Cardy

‘Should I stay or should I go’ foi a pergunta a que os britânicos responderam esta sexta-feira. E ao que parece a decisão de partir foi a escolhida. Os Clash afirmavam: “If I go there will be trouble/ But if I stay it will be double”. Agora resta saber se abandonar a União Europeia foi mesmo a melhor decisão para o Reino Unido.

‘London Calling’ – The Clash

Para começar, os The Clash, uma das bandas britânicas mais importantes do final da década de 1970 e início da década de 1980. A letra da canção versa sobre acontecimentos traumáticos que aconteceram na cidade de Londres. Será que se fosse interpretada hoje pelo grupo faria referência ao Brexit?

The Queen is Dead – The Smiths

Morrissey ainda não se pronunciou, mas Johnny Marr já deu a sua opinião sobre o Brexit. E não é muito favorável:

Relembremos a altura em que os The Smiths atacaram diretamente a instituição real inglesa, neste dia de incertezas.

https://www.youtube.com/watch?v=1tb8Xmq0k7w

‘Anarchy in the UK’ – The Sex Pistols

Os Sex Pistols foram uma das bandas mais revolucionárias – e revoltadas – do Reino Unido. Pioneiros do Punk, cantavam que queriam que a anarquia tomasse conta do território de sua majestade.

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Quase quarenta anos volvidos, o vocalista Johnny Rotten afirmou que a prepectiva de abandonar a União Europeia era suicida. Será caso para dizer, como escreveu Camões e cantou José Mário Branco, “Mudam-se os tempos mudam-se as vontades”?

‘Feels Like We Only Go Backwards’ – Tame Impala

Será esta a opinião de muitos ingleses ao fim desta sexta-feira. Mas parece ter sido também a ideia que estava na cabeça de muitos ingleses antes do referendo: “Parece que só andamos para trás”. E num futuro próximo, qual vai ser o sentimento?

‘The Tide is Turning’ – Roger Waters

Roger Waters cantou esta canção no seu segundo disco a solo, Radio K.A.O.S., em 1987. Uma crítica à Guerra Fria e ao constante combate ideológico, a canção acaba com uma mensagem de esperança: ‘a maré está a mudar’. No contexto do Brexit, será esta uma boa notícia?

‘Portugal na CEE’ – GNR

Sempre céticos, os GNR editaram este seu primeiro single em 1981, com Alexandre Soares na voz. Rui Reininho, que viveu em Inglaterra, só entraria na banda no final do ano.

Depois desta sexta-feira, parece claro que o projeto europeu já não é tão aliciante. Pelo menos não no Reino Unido.

‘Catherine The Great’ – Divine Comedy

Inês Meneses, radialista da Radar, lembrou a nova música dos Divine Comedy durante a sua emissão matinal. Uma música sobre a monarca que durante mais tempo governou a Rússia, Catarina a Grande. Será esse o futuro do Reino Unido?

‘Wish You Were Here’ – Pink Floyd
Será isto que muitos europeus e alguns britânicos sentiram quando acordaram esta sexta-feira de manhã. Será que o Reino Unido deixará saudades aos países membros? E o Reino Unido, vai sentir falta da UE?

‘Tomorrow Never Knows’ – The Beatles
Sir Paul McCartney não sabia, no final de maio, se deveria votar em “leave” ou em “remain” e Ringo Starr não se pronunciou. Acreditamos que John Lennon e George Harrison seriam acérrimos defensores do “remain” – não tivesse Lennon imaginado um mundo de mãos dadas e George Harrison um defensor da diversidade cultural.
A única certeza que parece existir esta sexta-feira é que o futuro parece ser incerto – “Tomorrow Never Knows”.

‘It’s the End of the World as We Know It (And I Feel Fine)’ – R.E.M.

O fim do mundo como o conheciam, para os R.E.M., começava com um “furacão, pássaros e cobras, um avião”. Mas isto foi em 1987. No dia 24 de junho de 2016 o fim do mundo como o conhecemos foi anunciado com a saída do Reino Unido da União Europeia. Será que Michael Stipe concorda?

‘True Love Waits’ – Radiohead

Seja na versão de I Might be Wrong: Live Recordings ou na mais recente de A Moon Shaped Pool, parte do refrão desta canção da banda inglesa parece traduzir bem o sentimento de alguns dos países que fazem parte da União Europeia sentiam antes da votação para o Brexit: “Just don’t leave…”

‘The Last Living Rose’ – PJ Harvey

“Goddam Europeans! Take me back to beautiful England’ (‘Malditos europeus! Levem-me de volta à linda Inglaterra). O início desta canção faz querer que Polly Jean Harvey seria a favor do Brexit. Mas as estrofes seguintes, que descrevem uma Inglaterra feia e triste, podem querer dizer que PJ Harvey estava apenas a ser irónica.

Será a autora de Let England Shake a favor ou contra o Brexit?

‘This Land Is Your Land’ – Woody Guthrie

A versão inicial desta canção escrita em 1940 pelo cantor Folk norte-americano Woody Guthrie começava com a estrofe “There was a big high wall there that tried to stop me/ The sign was painted, said ‘Private Property’ (…) This land was made for you and me” (“Havia um grande muro que me tentou travar/ E um sinal que dizia ‘Propriedade Privada’(…) Esta terra foi feita para ti e para mim”). Parece que agora o Reino Unido não foi feito para todos os europeus, apenas para aqueles que nasceram do lado de lá.

‘Always Look on the Bright Side of Life’ – Monty Python

Há uma cena em A Vida de Brian em que os judeus do tempo de Cristo criticam a presença dos romanos no território. “Para além do sistema de esgotos, medicina, ordem pública, a educação, o vinho, irrigação, estradas, sistemas de água potável e saúde pública, o que fizeram os romanos por nós?”

A cena era protagonizada por John Cleese e pretendia mostrar que nem sempre um povo ter soberania total era bom. Recentemente, Cleese avisou que ia votar a favor do Brexit. Será que já não acredita no seu anterior discurso?

O que acontecerá depois do Brexit não sabemos, mas resta-nos “olhar sempre para o lado positivo da vida” e esperar pelo melhor.

https://www.youtube.com/watch?v=WlBiLNN1NhQ

Texto editado por Filomena Martins

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