O Presidente interino do Brasil, Michel Temer, admitiu esta segunda-feira aprovar medidas impopulares que permitam retomar o crescimento económico do país.

“As pessoas me perguntam: ‘Você não teme propor medidas impopulares?’ Não. Porque o meu objetivo não é eleitoral. O meu objetivo, nesses dois anos e meio, se eu ficar dois anos e meio, é conseguir colocar o Brasil nos trilhos, é o que basta”, disse o chefe de Estado, num encontro com empresários agrícolas em São Paulo.

Temer frisou que apesar de ocupar a Presidência da República há menos de dois meses, já conseguiu melhorar a relação entre os poderes executivo e legislativo, fazendo uma crítica indireta à Presidente afastada, Dilma Rousseff.

“Num estado democrático, você depende do apoio do Congresso Nacional. Num estado autoritário, você o ignora”, afirmou.

Apesar de falar em corte de gastos e medidas impopulares para melhorar a economia brasileira, o Presidente interino apoiou o reajuste orçamental para o funcionalismo público aprovado na Câmara dos Deputados (câmara baixa parlamentar), que custará pelo menos 58 mil milhões de reais (16 mil milhões de euros) ao governo federal.

“Se não fizéssemos aquele acordo [reajuste dos salários de funcionários] em níveis abaixo da inflação, corríamos o risco de ter greve nos setores essenciais, uma coisa politicamente muito desastrosa para o país”, concluiu.

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