O Grupo Lena terá pago comissões de 14 milhões de euros a uma empresa do sobrinho de Lula da Silva e à XLM (empresa supostamente utilizada por Carlos Santos Silva para passar dinheiro a José Sócrates). A notícia é avançada pela edição desta terça-feira do Correio da Manhã que cita um relatório da Autoridade Tributára.

Em causa está a reabilitação de uma estrada entre Lucusse e Lumbala N’Guimbo, em Angola. De acordo com o CM, que refere o relatório da Autoridade Tributária, esta foi segunda maior obra contratada pelo Grupo Lena, com um valor adjudicado de 230 milhões de euros.

A Exergia, sociedade controlada por Taiguara Rodrigo dos Santos, sobrinho de Lula da Silva, terá lucrado 11 milhões de euros. Esta empresa está também sob suspeitas no Brasil por ter alegadamente recebido pagamentos ilícitos da Odebrecht para obter obras fora do Brasil, nomeadamente em Angola.

O jornal cita o relatório, onde se lê que há indícios de que “os arguidos Joaquim Barroca [administrador do Grupo Lena] e Carlos Santos Silva resolveram simular a produção de novos contratos, de forma a justificarem a realização de novos pagamentos a favor da sociedade XLM, com o mesmo fim de permitir a remuneração encoberta do arguido Carlos Santos Silva e a atribuição, seja por pagamentos seja pelo assumir de despesas, de vantagens a pessoas conexas com o arguido José Sócrates”.

Através da empresa de Carlos Santos Silva, ele e José Sócrates terão recebido três milhões de euros com este negócio. O jornal acrescenta ainda que estes contratos fictícios foram produzidos entre 2010 e 2011, e tinham como única função passar o dinheiro dos negócios em Angola para Santos Silva e Sócrates.

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