Apesar do que tanto se escreve, o tamanho importa, pelo menos para alguns. Em casos extremos, há homens que chegam a recorrer a cirurgias para aumentar o pénis, tal como as mulheres recorrem a implantes mamários. A comparação não vem ao acaso — um órgão representa a masculinidade, o outro a feminilidade; uma intervenção está envolta em tabus e a outra é cada vez mais comum. Mas e se disséssemos que um aumento da atividade sexual pode levar a um aumento do órgão sexual masculino?

Na verdade não somos nós que dizemos, é a ciência, mais propriamente um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade de Exeter. Mas não se anime demasiado. Segundo os investigadores, os efeitos não são imediatos. Na verdade, não os vai sentir de todo, porque as mudanças só se verificam nas gerações seguintes. E como se isto não fosse desanimador o suficiente, a investigação não foi feita em humanos, mas em besouros.

De acordo com Paul Hopwood, da universidade, “a investigação mostra que o conflito sexual durante o acasalamento leva a mudanças evolutivas na forma dos genitais” e, além disso, “demonstra a importância do conflito de interesses entre o sexo masculino e o feminino a gerar biodiversidade”, deixando a porta aberta para que outras espécies também sintam os benefícios de uma maior atividade sexual.

Apesar de se ter debruçado apenas sobre insetos, o estudo acompanhou-os ao longo de dez gerações, dividindo-os entre os que acasalavam mais e os que acasalavam menos, e deparou-se com um aumento do órgão sexual dos insetos que mais acasalavam.

Em declarações ao jornal britânico The Telegraph, Paul Hopwood considera fascinante a forma como a evolução genital aconteceu tão depressa. E embora dez gerações possam parecer um instante na vida de um besouro, e uma eternidade na vida de um humano, resta esperar que nos homens a evolução seja mais rápida.

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