Uma exposição inédita de 20 obras, condensando as três fases de Júlio Pomar sobre D. Quixote, marca, na quinta-feira, o arranque da programação da segunda edição do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos.
“Esta exposição permite que se vejam, pela primeira vez, em simultâneo, obras de todas as fases do pintor sobre um dos universos que ele mais visitou ao longo da sua carreira, mostrando a relação de Pomar com a obra de Cervantes, ao longo de quase meio século”, explica Alexandre Pomar, curador da exposição, citado numa nota de imprensa da organização do Folio.
De acordo com o filho do pintor e presidente da Fundação Júlio Pomar, a mostra consiste numa seleção de 20 obras, “feita propositadamente para o Folio”, com um duplo objetivo: assinalar “o quarto centenário sobre a morte de Miguel de Cervantes [1616], figura maior da literatura e autor de ‘Dom Quixote'”, e “fazer a pintura de Júlio Pomar participar num festival que se destaca pela forma como relaciona as artes plásticas com a literatura”.
Com inauguração marcada para as 12h00 de quinta-feira, no Museu Municipal de Óbidos, a exposição mostra, pela primeira vez, num único espaço, obras das três fases do pintor sobre D. Quixote, um pequeno fidalgo castelhano que perdeu a razão, por muita leitura de romances de cavalaria, e que pretende imitar seus heróis, em companhia de seu leal amigo Sancho Pança.
Na primeira fase, de 1959 a 1961, Pomar, a convite da editora Bertrand, ilustrou uma edição da obra-prima de Cervantes, traduzida por Aquilino Ribeiro. A segunda, em 1997-98, verificou-se para a exposição do pintor, para a Cidadela de Cascais. E a terceira, entre 2004 e 2005, coincide com a criação de centenas de desenhos para uma edição especial do jornal semanário “Expresso”.
A exposição, resultante de uma parceria com a Fundação Júlio Pomar e o Atelier-Museu Júlio Pomar, em Lisboa, marca o arranque da segunda edição do Folio, que vai decorrer na vila de Óbidos, de 22 de setembro a 2 de outubro, sob o tema “Utopia”.
O Festival celebra os 500 anos da publicação de ‘Utopia’ de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte de William Shakespeare e de Miguel de Cervantes (a 23 e 22 de abril de 1616, respetivamente).
A exposição ficará patente durante o festival e permanecerá no Museu Municipal da Vila Literária (da Unesco), até ao final do ano.