“O processo de identificar corpos é muito difícil”, disse Jean-Jacques Urvoas, ministro da Justiça francês, à emissora Europe 1, afirmando que ainda não foi possível identificar todas as vítimas do atentado que ocorreu em Nice, esta quinta-feira. Urvoas explicou que alguns corpos estão bastante deformados, o que torna difícil a identificação.

Pouco antes da entrevista, a ministra da Saúde francesa, Marisol Touraine, tinha indicado que continuam em estado crítico 19 das 70 pessoas que estão hospitalizadas. O atentado causou 303 feridos.

O ministro da Justiça insistiu que “a investigação continua” e, apesar não querer adiantar informações, disse que está por esclarecer o que o autor da matança, Mohamed Bouhlel, fez com a pistola com a qual disparou contra a polícia, antes de ser abatido pelos agentes.

Jean-Jacques Urvoas sublinhou que a polícia e a justiça francesas “trabalham diariamente” contra as ameaças terroristas, tendo travado 14 tentativas de atentado desde o início do ano.

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Pelo menos 285 pessoas foram detidas por suspeita de estarem implicadas em redes de envio de combatentes para a Síria, disse.

Na quinta-feira à noite, um camião avançou durante dois quilómetros sobre uma multidão na Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses), em Nice, que estava a assistir ao fogo-de-artifício para celebrar o dia de França.

O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou o atentado, mas Bernard Cazeneuve afirmou que a ligação entre o grupo terrorista e Mohamed Bouhlel não tinha ainda sido confirmada.

O Gabinete de Fundos de garantias dos atos terroristas e de outras infrações (FGTI, na sigla francesa) está a preparar a criação de um fundo monetário para indemnizar as vítimas de Nice. Todas as 30.000 pessoas que estavam a ver o fogo-de-artifício terão direito a uma indemnização. O Estado francês vai disponibilizar entre 350 e 600 milhões de euros.