Está prestes a começar a corrida ao Ensino Superior e se te vais candidatar este artigo pode interessar-te. Fica a saber, desde logo, que as 33 instituições de ensino superior públicas vão abrir as portas, no próximo ano letivo, a 50.688 novos estudantes, disponibilizando mais 133 vagas do que no ano passado. E, tal como tem vindo a ser regra, grande parte dos lugares (45,5%) estará distribuída pelos cursos de engenharia (9.083 vagas), ciências empresariais (7.557) e saúde (6.716).
Ainda assim, e apesar de ser uma das áreas a dominar a oferta, ciências empresariais oferecerá menos 129 vagas do que no ano letivo 2015/2016, sendo a área que mais vagas perde, seguida dos cursos de arquitetura e construção que perdem 101 vagas, para um total de 1.972. Mas a verdade é que a maioria das áreas disponibiliza mais vagas no concurso deste ano, com os serviços pessoais (hotelaria, turismo, entre outros cursos) a liderarem o crescimento, com mais 209 vagas do que no ano anterior.
Em relação à área da saúde, de referir que os cursos de medicina mantêm o mesmo número de vagas que abriram no passado, ao contrário daquilo que tem sido pedido pela Ordem e pelos próprios estudantes, que alegam a falta de condições e de recursos para formar tanto os estudantes, durante o curso, como os recém-formados, em internato.
Lisboa é o distrito que perde mais vagas, mas mesmo assim concentra 27% da oferta
Em termos geográficos é, destacadamente, o distrito de Setúbal que mais vagas aumenta face ao ano letivo 2015/16. Ao todo, a margem sul do Tejo disponibilizará mais 1.110 lugares nos polos universitários e nos politécnicos públicos, quase tantas quantas perde o distrito de Lisboa (-1.055 vagas em 2016/17). Mesmo assim, Lisboa continua a concentrar 27% das vagas nacionais, com 13.970 a concurso, seguido do distrito do Porto (7.579 vagas) e Coimbra (5.496). No extremo oposto surge Beja (506 vagas), Portalegre (511 vagas), as regiões autónomas da Madeira (605) e Açores (663) e Guarda (676), sendo que nas ilhas o número de vagas cresce ligeiramente face ao ano anterior.
Descendo ao pormenor das instituições, sem surpresas, é a Universidade de Lisboa que disponibiliza um maior número de vagas, num total de 7.651, seguida da Universidade do Porto, que oferece 4.160 vagas, um número igual ao do ano passado. Estas são, de resto, as instituições, tradicionalmente, mais procuradas pelos alunos. No ano passado, na primeira fase de candidaturas, 8.702 alunos colocaram a Universidade de Lisboa em primeira opção. Já a Universidade do Porto teve quase dois alunos a concorrer por cada vaga disponibilizada, num total de 7.825.
Já a Escola Superior Náutica Infante D. Henriques (173), e as três escolas superiores de enfermagem do país (todas abaixo das 350 vagas) apresentam a menor oferta de vagas e, normalmente, ficam logo lotadas na primeira fase de candidaturas, sobretudo as escolas de enfermagem.
Olhando para o conjunto das 33 instituições, a oferta mantém-se na grande maioria delas, sendo que só desce no Instituto Politécnico do Porto (são menos 37 vagas, uma quebra de 4,2%). E onde mais sobe — em ambos os casos +3,4% — é no Instituto Politécnico de Viseu e na Universidade da Madeira.
Número de vagas cresce pela primeira vez em cinco anos
A grande novidade este ano é que, pela primeira vez em cinco anos, a oferta volta a subir. No ano passado, foram postas a concurso nacional pelas instituições públicas de ensino superior 50.555 vagas e este ano haverá 50.688 lugares disponíveis.
Estamos a falar de mais 133 lugares, um aumento de apenas 0,26% que não chega sequer para anular o efeito da quebra do ano passado, pelo que o número total continua abaixo daquele que foi registado em 2014. Ainda assim, é de assinalar a subida, mesmo que ligeira, por ser a primeira desde 2010/2011. Lembre-se que entre 2010 e 2015 as instituições fecharam 2.855 lugares.
Este pequeno aumento está distribuído quase uniformemente pelos sistemas universitário e politécnico. O primeiro abrirá mais 68 vagas e o segundo mais 65.
Falta referir que este aumento poderá estar ligado à expectativa de um aumento da procura. É que este ano houve mais alunos a fazer os exames nacionais de ingresso à universidade. Além disso, já no ano passado o número de colocados logo na primeira fase subiu para valores só próximos dos verificados em 2011.
Poderá ser ainda mais difícil entrar nos cursos com notas mais altas
A verdade é que no ano passado esse número de colocados na primeira fase subiu porque as notas nos exames foram mais altas e isso puxou para cima as médias dos cursos que, normalmente, já são de acesso mais difícil. É o caso de algumas engenharias e, claro, dos cursos de Medicina.
De acordo com os dados oficiais agora disponibilizados, há nove cursos cuja nota mínima de entrada no ano passado foi igual ou superior a 18 valores. E é essa nota que vai servir de referência para as candidaturas deste ano. No ano passado havia apenas três cursos nestas posições. A liderar aparece este ano o curso de Medicina, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com uma média de 186,7 valores e 245 vagas disponíveis. No ano passado, este mesmo curso exigia uma nota mínima de entrada de 182,7.
E com médias mais altas torna-se mais difícil alcançar um lugar, sobretudo num ano em que a média no exame nacional de matemática caiu de 12 para 11,2 valores e a reprovação subiu de 11% para 15%. A favor dos alunos poderá estar o facto de os resultados nos exames de Física e Química A e de Biologia e Geologia terem subido. Estas são as provas específicas exigidas para os cursos com médias mais altas.
No extremo oposto, há mais cursos cuja nota mínima de entrada não chega sequer a 10 valores certinhos. São 32 os cursos em que a média para entrar não precisa de ir além dos 99,7 valores. Exemplos disso são Enfermagem no Politécnico de Portalegre, com nota mínima de 95 valores e 70 vagas disponíveis, e Bioquímica na Universidade do Algarve (95 valores), com 21 vagas disponíveis.
Para conheceres todas as vagas postas a concurso e respetivas médias de entrada, assim como cursos que abrem pela primeira vez, podes aceder ao site da Direção Geral do Ensino Superior, ou consultar este documento, onde encontrarás a informação detalhada que precisas.
A primeira fase de candidaturas, que começa esta quinta-feira, dia 21 de julho, estende-se até dia 10 de agosto e os resultados serão divulgados a 12 de setembro. Caso não consigas entrar tens sempre hipótese de concorrer nas fases seguintes, sendo que a oferta se reduz.