Entre quinta-feira e domingo, o centro de convenções de San Diego, na Califórnia, recebeu a 49ª edição da Comic Con. O evento de cultura pop que começou ligado à banda desenhada e agora dedica-se a tudo, do cinema aos podcasts, passando pelos videojogos e as séries de televisão. É onde muitos gigantes do entretenimento vão mostrar novidades para o futuro. Selecionámos algumas das novidades mais importantes. Mas se é daquelas pessoas que não gostam de saber de nada antes do tempo, se calhar é melhor não continuar ler — mas espere, pelo menos fique coma informação que vêm aí mais monstros em “Pokémon Go”.

DC, Warner Brothers e a Wonder Woman

No painel da Warner Brothers e da divisão de filmes da DC Comics, houve de tudo para todos os gostos. Para começar, há novas imagens de “Justice League”. E, ao contrário do tom soturno de “Man of Steel” e “Batman v. Superman: Dawn of Justice”, ambos do mesmo realizador, Zack Snyder, este tem algumas piadas, talvez a mostrar uma nova direcção para este universo.

“Wonder Woman”, com Gal Gadot, da saga “Velocidade Furiosa”, e Chris Pine, de nova saga “Star Trek”, realizado por Patty Jenkins – a responsável por “Monster”, de 2003 –, é o primeiro filme desta vaga de super-heróis encabeçado por uma mulher e já tem trailer.

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Houve ainda espaço para novas imagens de “Suicide Squad”, o filme de David Ayer – que escreveu “Dia de Treino” e realizou “Fury” – e que chega às salas já no início de Agosto.

Mas não foram só estes os filmes contemplados nesse painel. O spin-off da pequena obra-prima que era “O Filme Lego”, de há dois anos, focado na versão de Batman a quem é dada voz por Will Arnett, foi revelado num trailer. “The LEGO Batman Movie”, de Chris McKay, que co-realizou a animação do filme de 2014, chega em 2017. Michael Cera faz de Robin, que encontra neste excerto o seu fato no meio de piadas sobre insensibilidade cultural.

Houve também espaço para a nova versão da lenda de Rei Artur contada por Guy Ritchie, que parece tudo menos um típico filme de época e tem lutas desarmadas corpo a corpo como o realizador britânico impingiu a Sherlock Holmes nos dois filmes que fez com Robert Downey Jr. É encabeçado por Charlie Hunnam, de “Sons of Anarchy” e “Pacific Rim”.

“Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los” é um livro de J.K. Rowling de 2009, escrito sob o pseudónimo Newt Scamander. O título recupera um dos manuais que Harry Potter e os seus colegas deviam ler em Hogwarts. O filme de David Yates, que assinou o recente “A Lenda de Tarzan”, tem estreia marcada ainda para este ano e conta com Eddie Redmayne no papel principal, bem como Colin Farrell, Ezra Miller e Dan Fogler.

Ainda houve espaço para o trailer de “Kong: Skull Island”, realizado por Jordan Vogt-Roberts, com Tom Hiddleston, novas imagens da terceira época de “The Flash”, a quinta de “Arrow”, a segunda de “Legends of Tomorrow” e a segunda de “Supergirl”, que agora se mudou da CBS para a CW, onde já estavam as outras todas.

Marvel: regressos, novidades e Luke Cage

A Marvel tinha mesmo muito para contar. “Doctor Strange”, de Scott Derrickson, chega em novembro e ganhou um novo trailer. O filme conta com Benedict Cumberbatch (e não foi a única coisa que o actor foi promover à convenção: a quarta época de “Sherlock” teve direito a teaser ), Tilda Swinton, Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams, Madds Mikkelsen e Michael Stuhlbarg.

Houve também boas novas de “Guardians of the Galaxy Vol. 2” — como Kurt Russell a fazer de Ego, o Planeta Vivo, que é justamente aquilo que o nome indica, entre muitas outras. E esse planeta, confirmou o realizador James Gunn, é o pai de Peter Quill, o protagonista da saga. O filme contará também como Sylvester Stallone, terá uma diversão na Disneyland feita a partir da saga, e “The Chain”, dos Fleetwood Mac, poderá fazer parte da banda sonora.

Ainda em 2017, “Thor: Ragnarok”, de Taika Waititi – de “O Que Fazemos nas Sombras”, teve direito a imagens que não saíram cá para fora (incluem uma armadura de gladiador para Hulk) e “Spider-Man: Homecoming”, de Jon Watts, também. Diz quem viu que é uma mistura entre “Freaks and Geeks, a Nova Geração” e John Hughes. Já agora, o vilão é o Abutre.

Ryan Coogler – o realizador de “Creed” – falou do seu “Black Panther”, que disse ser o seu filme mais pessoal. Michael B. Jordan, que protagonizou os dois filmes do realizador, está confirmado como vilão. Erik Killmonger, Lupita Nyong’o e Danai Gurira, de “The Walking Dead”, também vão aparecer no elenco deste filme com Chadwick Boseman, cuja personagem foi introduzida em “Capitão América: Guerra Civil”. Ainda no campeonato das grandes novidades, Brie Larson, a oscarizada actriz de “Room”, foi anunciada como a Capitã Marvel para o filme homónimo de 2019.

Na parte de televisão, foi mostrado um teaser de “Luke Cage”, que chega à Netflix a 30 de setembro. É, basicamente, quase um minuto e meio de Mike Colter, que já fez da personagem em “Jessica Jones”, a ser incrível e duro ao som do clássico “Shimmy Shimmy Ya” de Ol’ Dirty Bastard.

https://www.youtube.com/watch?v=Ymw5uvViqPU

Ainda houve teasers de “Iron Fist”, que chega em 2017 e “The Defenders”, que juntará os heróis todos da Netflix (Daredevil, Jessica Jones, Luke Cage e Iron Fist), apesar de não ter muitas imagens da série em si. “Legion”, adaptada para televisão por Noah Hawley, que há uns anos pegou em “Fargo” dos Irmãos Coen e o transformou numa maravilhosa série de antologia, é a primeira produção da Marvel Television que não pertence ao universo cinematográfico. Foi visto o trailer da série que chega ao FX, o canal de “Fargo”, no início do próximo ano, e mostram um ambiente muito diferente do que é habitual nos produtos audiovisuais Marvel.

Tenham medo: há um novo Blair Witch

Há uns meses que estava anunciada, para Setembro, a estreia de um filme chamado “The Woods”. Já havia rumores sobre o assunto, mas na Comic Con confirmou-se que o filme de Adam Wingard (que fez segmentos nos dois “V/H/S” e realizou “The Guest”) era afinal o terceiro filme na série iniciada em 1999 por “O Projecto Blair Witch” de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez.

Outra vez Star Trek na TV, isso mesmo

Na convenção houve um painel dedicado à comemoração dos 50 anos de “Star Trek”, a criação de Gene Rodenberry que começou na televisão nos anos 1960 e já teve várias encarnações. “Star Trek: Além do Universo”, o novo filme da saga, tem estreia marcada para cá a 25 de Agosto, mas não é a única novidade. Bryan Fuller, que criou séries como “Tão Mortos como Eu”, “Malmequer, Bem-me-quer” ou “Hannibal” e começou como argumentista de “Star Trek: Deep Space Nine”, a série dos anos 1990, foi o moderador, com representantes de todas as eras de “Star Trek” a falarem. Mas a maior notícia foi a nova série de “Star Trek” prevista para o serviço de streaming da CBS para o início de 2017, e que já tem nome: “Star Trek: Discovery”. Co-criada por Fuller e Alex Kurtzman, que co-escreveu os dois penúltimos filmes da saga, promete actualizar a visão inclusiva da série original de Rodenberry.

O reboot de MST3K

Por muito que a cultura nerd esteja cada vez mais mainstream, é provável que a generalidade do mundo nunca tenha ouvido falar em “Mystery Science Theater 3000”, uma mítica série cómica que durou de 1988 a 1999. A história era a de um contínuo obrigado, por cientistas loucos, a ver maus filmes antigos dos quais nunca ninguém tinha ouvido falar.

No final do ano passado, Joel Hodgson, o criador e o protagonista original, lançou uma ultra-bem sucedida campanha no Kickstarter para angariar fundos para uma nova versão da série. Desta feita com Jonah Ray, o cómico de stand-up, no centro de tudo, e gente como Patton Oswalt, Felicia Day e Baron Vaughn ao lado dele. A grande novidade anunciada no painel da série é que esta passará na Netflix ou no final do ano ou no início do próximo ano, apresentando este universo a todo um novo público.