Fiel desde o nascimento a propulsores cada vez mais do domínio do sonho, como é o caso do imponente V10 de 5,2 litros, de origem Lamborghini e do nobre V8 de 4,2 litros, ambos naturalmente aspirados, o superdesportivo Audi R8 poderá vir a ter sob o capot, em breve, uma opção bem mais realista: um mais acessível V6 2,9 litros. Compensando a menor capacidade e número de cilindros com a inclusão de dois turbocompressores.
Segundo a britânica Autocar, o R8 adoptará assim o mesmo bloco bi-turbo a gasolina que o Grupo Volkswagen estreou na nova geração Porsche Panamera e em cujo desenvolvimento a Audi participou.
De acordo com a mesma fonte, o objectivo da introdução daquele que será o primeiro motor turbocomprimido à disposição no R8 é substituir o conhecido V8 4,2 litros como modelo de entrada na gama, já que o novo bloco responde melhor às leis anti-poluição tanto nos mercados europeus, como na China.
Ainda sobre o V6 2,9 litros, a Autocar recorda que, no Panamera, este motor anuncia uma potência de 440 cv, com 671 Nm de binário. Mas a ideia da Audi para o R8 é elevar-lhe a potência para próximo dos 500 cv, o que lhe permitiria bater confortavelmente os 420 cv que a última versão do V8 atmosférico fornecia.
Uma vez disponível no R8, outros modelos desportivos da marca dos quatro anéis, como o RS4, RS5 ou RS Q5, poderão vir igualmente a montar este novo propulsor.
Este recurso a motores mais pequenos e sobrealimentados, para conseguir consumos mais comedidos, está em linha com as decisões recentemente tomadas por fabricantes como a Porsche, que trocou os motores de seis cilindros do Boxster e Cayman por unidades com apenas quatro cilindros e menor capacidade (2,0 e 2,5 litros), isto enquanto no 911 as motorizações de seis cilindros viram a respectivas cilindradas baixar para somente 3,0 litros, com a adopção dos turbocompressores. Posto isto, é de saudar o facto da Audi se manter fiel ao emocionante V10 atmosférico, para a versão mais sofisticada do R8, cuja potência actualmente já atinge 610 cv.