A vice-presidente da Comissão Europeia Kristalina Georgieva admitiu estar a ser “encorajada” a avançar com uma candidatura a secretária-geral da ONU, admitindo assim implicitamente que poderá enfrentar António Guterres.

“Sinto-me muito honrada por verificar que numerosas pessoas me estão a encorajar para ser candidata”, sublinhou Georgieva, uma economista búlgara de 63 anos, que é apoiada pela chanceler alemã, Angela Merkel.

Kristalina Georgieva falava em Nova Iorque, na quinta-feira, no decorrer de uma conferência organizada pelo Instituto para a Paz.

A possível adversária do antigo primeiro-ministro português e ex-Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, condicionou, contudo, a decisão quanto à sua candidatura ao apoio do governo búlgaro.

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“Como búlgara, direi que é uma decisão a tomar pelo governo do meu país”, assinalou.

Uma outra búlgara, a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova, esta já na corrida à sucessão de Ban ki-Moon na liderança das Nações Unidas, mas o melhor que logrou foi um quinto lugar na última das quatro votações até agora realizadas pelos 15 membros do Conselho de Segurança, todas ganhas por António Guterres.

Apesar de Guterres ter ficado largamente à frente nas quatro votações, a Rússia, um dos cinco países que dispõem de direito de veto no Conselho de Segurança, já indicou a sua preferência por um candidato da Europa de leste.

O executivo búlgaro declarou na passada semana passada que manteria a candidatura de Bokova, mas admitiu rever a sua posição se ela “não for a primeira ou segunda” mais votada no escrutínio que vai realizar-se na segunda-feira.

Na escolha do sucessor de Ki-Moon há também que contar com um movimento em favor da eleição de uma mulher, o que aconteceria pela primeira vez após os oito homens que já ocuparam o cargo.

Guterres venceu as quatro primeiras votações para o cargo, que aconteceram a 21 de julho, 05 de agosto, 29 de agosto e 09 de setembro.

Assim que um candidato reunir nove votos entre os 15 países membros e aprovação de todos os membros permanentes – China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos – o conselho recomendará o seu nome para aprovação pela Assembleia-Geral da ONU, que reúne representantes de 193 países.

A organização espera ter encontrado durante o outono o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano.

Duas outras votações estão agendadas: uma semelhante às primeiras quatro, que acontece na segunda-feira, e uma na primeira semana de outubro, em que os votos dos membros permanentes do conselho, que têm poder de veto sobre os candidatos, serão destacados.