O BIC ainda não decidiu se vai vender a sua participação de 2% do BPI na oferta pública de aquisição (OPA), lançada pelo CaixaBank e que ganhou novo fôlego com o fim do limite dos direitos de voto no banco, aprovado em assembleia geral.
Esta posição foi transmitida pelo presidente executivo do banco de capitais angolanos à agência Bloomberg. Fernando Teles admite ainda que o CaixaBank irá assumir o controlo da instituição portuguesa, no quadro da OPA. Também a Santoro de Isabel dos Santos ainda não terá decidido se vende a sua participação ao banco catalão.
Em declarações ao semanário Expresso, Mário Leite Silva, representante da Santoro no BPI, diz apenas que o conselho de administração da Santoro, em conjunto com Isabel dos Santos, ainda não decidiu se “manterá, reduzirá ou venderá a sua posição acionista”.
A Santoro tem 18,6% do capital do banco. O BIC, onde Isabel dos Santos é também acionista, controla cerca de 2%. O investimento de Isabel dos Santos no banco português iniciou-se no final de 2008 e consolidou-se em 2012, quando a empresária reforçou a sua posição depois da saída dos brasileiros do Itaú.
Isabel dos Santos viabilizou a desblindagem dos estatutos do BPI, abstendo-se na assembleia geral que aprovou o fim do limite aos direitos de voto no banco, que é uma das condições de sucesso da OPA do banco catalão sobre a instituição portuguesa. Em troca, a empresária angolana conseguiu assegurar o controlo do BFA (Banco do Fomento Angola) através da compra de 2% do capital detidos pelo BPI na instituição angolana. Este acordo, que põe fim a um braço-de-ferro que durou cerca de dois anos, deverá permitir ao banco português resolver o problema da exposição a Angola e cumprir as exigências do Banco Central Europeu.
Depois de eliminado o limite de 20% aos direitos de voto, o CaixaBank passou a ter votos correspondentes à participação no BPI que é de 45,5%. Esta alteração do poder de voto, obrigou o banco catalão a rever em alta o preço oferecido na OPA para 1,134 euros por ação, um valor que permite à Santoro vender a sua posição com alguma mais-valia em relação ao investimento feito no banco.