“Não sei se chore ou se ria ao ver um banco que fez da especulação um modelo de negócio colocar-se agora na posição de vítima”, disse o ministro aos jornalistas, depois de na semana passada o patrão do Deutsche Bank ter condenado os especuladores por empurrarem o preço das ações do banco para níveis baixos recordes. O Deutsche Bank encontra-se em dificuldades financeiras e vai reduzir milhares de empregos.

“O cenário são milhares de pessoas que vão perder o seu trabalho. Eles vão pagar o preço da loucura dos dirigentes irresponsáveis”, disse Sigmar Gabriel, que é igualmente líder dos sociais-democratas, que governam em Berlim com os conservadores da chanceler alemã Angela Merkel.

O banco decidiu lançar uma restruturação, depois da perda de sete milhões de euros em 2015, que prevê o encerramento de cerca de 200 filiais na Alemanha até 2020 e a redução de mais de 9.000 postos de trabalho a nível mundial.

O Deutsche Bank é acusado, como outros grandes bancos, de ter vendido a investidores antes do início da crise financeira de 2007/08, empréstimos hipotecários, que são créditos convertidos em produtos financeiros, sabendo que eram tóxicos.

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Na semana passada, as ações do Deutsche Bank caíram para níveis jamais vistos na sua história na bolsa de Frankfurt, em face dos rumores de que o Estado recusara conceder qualquer ajuda ao banco, ameaçado por uma multa recorde nos Estados Unidos.

O Departamento de Justiça norte-americano anunciou, a 15 de setembro, a aplicação de uma multa de 14.000 milhões de dólares para saldar o litígio imobiliário desencadeado no início da crise financeira em 2008.

O Deutsche Bank é visto como o principal fator de risco para o sistema financeiro global pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).