Custos adicionais, ameaça à sobrevivência e incapacidade de contratar novos funcionários foram algumas das consequências apontadas pelas empresas face aos atrasos de pagamento dos seus clientes, revela um estudo setorial hoje divulgado pela Intrum Justitia.
Em Portugal, o estudo – que envolveu inquéritos a cerca de 10.000 empresas de 29 países europeus — centrou-se nos setores da indústria, retalho/grossista e transporte/armazenagem.
No geral, de acordo com a consultora, em Portugal, as empresas aguardam, em média, 45 dias para receber o pagamento por parte dos seus clientes (face a 22 que é a média europeia)
De acordo com o estudo, “em todos os setores as empresas foram convidadas a aceitar condições de pagamento mais dilatadas do que seria razoável e consideram que o risco de incumprimento dos seus clientes vai manter-se estável nos próximos 12 meses”.
Três quartos dos entrevistados neste setor (75%) dizem, no entanto, nunca ter enviado as suas faturas pendentes para uma empresa de recuperação de crédito e cobranças, uma percentagem superior à média europeia que se situa nos 39%.
As principais consequências destes atrasos para as empresas são problemas de liquidez (65%), diminuição do lucro (58%), impedimento do crescimento (52%), custo adicional com juros (49%), ameaça à sobrevivência (48%), não contratação de funcionários (36%) e redução do número de empregados (22%).
Para o diretor-geral da Intrum Justitia, Luis Salvaterra, citado numa nota enviada pela consultora, “verifica-se um aumento do risco por toda a Europa onde muitas empresas são pressionadas para aceitar prazos de pagamento mais longos”.
O estudo realizado indica que, em média, 46% das empresas pesquisadas foram convidadas a conceder novas condições de pagamento.
Quando questionados sobre as principais causas dos atrasos de pagamento, 72% das empresas europeias pesquisadas apontam as dificuldades financeiras e 63% indicam o atraso de pagamento intencional como uma das principais causas.