O presidente do Conselho de Administração do Novo Banco, António Ramalho, afirmou esta quarta-feira que apenas 49 dos 1.034 trabalhadores que saíram no último ano foram despedidos, tendo originado três ações judiciais.

Entre novembro de 2015 e setembro passado, o grupo Novo Banco tem menos 1.253 trabalhadores, dos quais 219 colaboradores são de unidades que serão alienadas sobretudo no mercado internacional, sendo os restantes 1.034 da atividade em Portugal.

Mais de dois terços destes 1.034 trabalhadores saíram para a reforma (376) ou com rescisões por mútuo acordo (412), sendo os restantes casos admissões, transferências e movimentações e os 49 alvo de despedimento coletivo.

“Dos quadros que foram despedidos, 17 estavam já em casa, por dispensa do exercício de funções, recebendo um salário médio de 7.000 euros”, sublinhou.

Se as garantias estatais ao Novo Banco se prolongarem, a administração terá que atingir uma redução de 1.500 postos de trabalho até ao final do primeiro semestre de 2017, o que será alcançado pela “redução natural”, de acordo com António Ramalho.

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Ainda até ao final do ano, “está prevista a saída adicional de 40 a 50 colaboradores decorrente apenas de reformas antecipadas e saídas naturais”, ficando apenas “a 200 pessoas de atingir o objetivo do próximo ano”.

“O número de saídas que se verificarão até ao final do ano atingirá o valor próximo de 1.300, o que quer dizer que mesmo que as garantias do Estado se mantivessem durante mais tempo não exigirá um esforço adicional, além da redução natural”, sublinhou.

Na sua intervenção, o presidente do Novo Banco admitiu que “é perfeitamente normal lançar um programa de abertura às reformas e saídas no próximo ano”, que terá que ser feito com direito de veto da administração.

António Ramalho levou esta quarta-feira à Comissão de Trabalho e Segurança Social os números relativos à redução do número de trabalhadores, garantindo que as condições postas por Bruxelas estão cumpridas, sem ser necessários mais despedimentos.

Sem falar do processo de venda do Novo Banco, o que “seria inoportuno”, o gestor defendeu a qualidade do grupo financeiro, prometendo que voltará a ser “uma referência também para os trabalhadores”.

Quando, em dezembro do ano passado, foram prolongadas as garantias estatais ao Novo Banco e a data limite para a sua venda foi estendida até agosto de 2017, a Comissão Europeia impôs “novos remédios”.

O Novo Banco terá que fechar mais 75 balcões no primeiro semestre de 2017 para cumprir o plano de reestruturação acordado com Bruxelas, o que significa uma redução de 25% na rede face a dezembro de 2015, que tinha 637 balcões.

O plano de reestruturação prevê o enfoque na atividade doméstica, reduzindo a presença no exterior, compromisso que se traduz na venda das unidades internacionais NB Vénétie (França), Banco Internacional de Cabo Verde, Novo Banco Ásia (Macau) e de outras unidades do grupo.

A venda de uma carteira relevante de créditos e outros ativos não pertencentes à atividade ‘core’ do grupo, conduzirá a que o total destes ativos desça de 9.000 milhões de euros no final de 2016 para 7.400 milhões de euros no final do primeiro semestre de 2017.