O PSD ainda não tem candidato autárquico a Lisboa mas José Eduardo Martins, coordenador do programa social-democrata para a capital e crítico de Passos Coelho, não fecha “liminarmente” a porta à possibilidade de PSD e CDS aparecerem coligados numa frente contra o socialista Fernando Medina. Em entrevista ao jornal i publicada esta sexta-feira, José Eduardo Martins afirma que não vê esse cenário como “impossível”. Sobre avanço, ou não, de Santana Lopes, limita-se a dizer que “no momento certo o PSD vai ter um candidato vencedor”.

“O PSD e o CDS acabaram de vir de uma experiência governativa em conjunto, os dois líderes têm, além de estima política, estima pessoal. Sinceramente, acho que não é por aí que caminhamos, mas não vejo isso como impossível”, diz, sublinhando que “ninguém afastou essa hipótese liminarmente e não foi por acaso”. Ou seja, a porta mantém-se aberta. Ainda que não haja, para já, “conversas” entre os dois partidos nesse sentido.

Segundo José Eduardo Martins, que foi escolhido pela concelhia do PSD de Lisboa para coordenar o programa eleitoral do partido à capital sem que Passos Coelho tivesse interferido na escolha, a líder do CDS tem razão quando diz que “se o CDS tivesse uma candidatura apoiada pelo PSD estaria a discutir a presidência da câmara”. Não tendo o apoio dos sociais-democratas, Assunção Cristas (única candidata já conhecida) não está a jogar nesse campeonato.

Para este crítico da direção de Passos Coelho, afastado da política ativa há vários anos, “há imensas possibilidades de candidatos dentro do partido”, com ou sem Santana Lopes, e “no tempo certo”, o PSD terá “um candidato vencedor”. Quando é esse momento certo? O calendário definido pelo Conselho Nacional do partido põe como meta o mês de março, pelo que “obriga o candidato a fazer uma campanha muito intensa, já que as eleições serão logo a seguir ao verão”. Até lá, José Eduardo Martins terá o programa autárquico para a capital fechado e entregue à concelhia.

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