Depois de a campanha de Donald Trump se ter voltado a virar para o tema da imigração e para a alegada necessidade de um controlo mais apertado dos imigrantes por parte das entidades patronais, as atenções voltaram-se para a sua companheira, a ex-modelo eslovena Melania Trump. Segundo informações recolhidas pela Associated Press, Melania terá feito trabalhos remunerados de modelo ainda antes de obter autorização para trabalhar naquele País, uma prática que Trump criticou.
Não é a primeira vez que o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos aponta o dedo às regras da imigração. Nos últimos dias Trump defendeu, mesmo, medidas mais duras no controlo do trabalho por parte dos imigrantes sem documentos, propondo que seja permitido às entidades patronais acesso à informação recolhida pelo sistema de verificação eletrónica do Governo. O sistema que permite ver em que situação se encontra cada imigrante. O candidato lembrou que é proibido por lei pagar a ilegais.
Mas, adianta a Associated Press, a própria mulher de Trump terá beneficiado desta falta de controlo. Segundo os documentos consultados por aquela agência noticiosa, Melania fez uma dezena de trabalhos como modelo pelos quais recebeu 20 mil dólares, cerca de 18 mil euros ao câmbio atual. Estes trabalhos foram feitos sete semanas antes de ela ter obtido autorização legal para trabalhar nos Estados Unidos. Melania chegou da Eslovénia a 27 de agosto de 1996 com um visto de turista e só a 18 de outubro obteve um visto que lhe permitia trabalhar.
“Os documentos examinados pela AP indicam que esses trabalhos foram feitos antes fora dos limites do visto de turista”, avança a agência de informação.
Melania obteve, depois, o chamado “Green Card”, em 2001, ou seja a autorização de residência. E, cinco anos depois, obteria a cidadania por via do casamento com o milionário Donald Trump. Melania tem defendido sempre o marido e as suas ideias sobre o controlo da imigração — garantindo que entrou no País de forma completamente legal e que nunca violou qualquer regra.
Mesmo que tenha trabalhado numa altura em que o seu visto não previa, justifica a AP, Melania não perderá qualquer direito. As autoridades só agem nestes casos quando em causa estão crimes graves, como o de terrorismo.