A ministra dos Negócios Estrangeiros do México, Claudia Ruiz Massieu, afirmou no domingo que o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, não terá um “poder ilimitado” para tomar decisões quando assumir o cargo.

“Como Presidente dos Estados Unidos, o próximo Presidente [Donald Trump] pode ter um grande poder, mas não é um poder ilimitado”, declarou Ruiz Massieu durante um fórum de negócios em Puebla, a 130 quilómetros da Cidade do México.

A ministra lembrou que o Presidente de qualquer país, e também dos Estados Unidos, “tem limites reais, limites de um sistema de equilíbrios onde o Congresso tem uma enorme capacidade de ação para modular propostas”.

Ruiz Massieu disse ainda que esses limites são impostos pelas leis, pelos tribunais e pelos “reais interesses”, e que as comunidades empresariais dos dois países devem apresentar o seu ponto de vista e afirmar o valor da relação comercial entre as duas nações.

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A titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, que participou no painel “O que esperar da nova administração e do panorama político dos Estados Unidos?”, destacou o tema da migração e qualidade de vida dos mexicanos nos Estados Unidos e as questões comerciais.

Ruiz Massieu convocou um grupo de cônsules do México nos Estados Unidos para delinear planos de proteção e assistência consular e instruiu os diplomatas a “manterem-se próximos da comunidade mexicana e a transmitirem mensagens de confiança e tranquilidade, bem como evitarem provocações e possíveis fraudes migratórias”.

A vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA de 8 de novembro chocou os mexicanos, zangados com a descrição que o candidato republicano fez dos migrantes provenientes do México como violadores e traficantes de droga.

Trump prometeu construir um muro na fronteira com o México e fazer o país vizinho pagar essa obra, assim como prometeu renegociar o Tratado Norte-Americano do Comércio Livre (NAFTA, na sigla em inglês).

Comprometeu-se ainda a deportar milhões de imigrantes sem documentos e ameaçou congelar milhares de milhões de dólares em remessas enviadas pelos imigrantes para as famílias, no México.