O custo estimado para desmantelar a central nuclear japonesa de Fukushima, compensar residentes e descontaminar o ambiente após o acidente de 2011 ultrapassa os 20 biliões de ienes (170 mil milhões de euros), informou, esta quinta-feira, a estação pública NHK. Este valor é quase o dobro do estimado no fim de 2013 pelo Ministério da Indústria (Meti) do Japão.
A operadora da central Fukushima Daiichi, a Tokyo Electric Power (Tepco), tinha inicialmente indicado que só o desmantelamento e os trabalhos no local iriam custar cerca de 2 biliões de ienes, mas na nova avaliação governamental, o montante é quatro vezes superior: 8 biliões (cerca de 70 mil milhões de euros), segundo a NHK.
Os mesmos valores referidos pela estação pública japonesa foram publicados pelo diário Nikkei.
Será preciso pelo menos três a quatro décadas para recuperar o combustível fundido em três unidades e limpar as zonas afetadas.
Um comité de peritos mandatados pelo Governo tinha já em outubro dito que o custo do desmantelamento “vai ultrapassar largamente os 2 biliões de ienes”.
O comité e o Met não deram dados oficiais atualizados entretanto, mas poderão publicá-los na próxima reunião este mês.
“As discussões (sobre os custos e a sua repartição) vão continuar ainda no próximo ano”, disse por telefone à AFP um porta-voz do Meti.
A 11 de março de 2011, um sismo de magnitude 9 na escala de Ritcher e o ‘tsunami’ que se seguiu devastaram o nordeste do Japão, fizeram mais de 18 mil mortos e provocaram graves danos na central de Fukushima Daiichi, desencadeado a pior crise nuclear desde Chernobil, na Ucrânia, em 1986.