A revelação de que mil milhões de contas da Yahoo foram alvo de ataque informático em 2013 está a produzir consequências sobre a oferta de compra que a Verizon Communcations fez sobre a empresa e pode, no limite, levar à retirada da proposta. A Verizon disponibilizou-se para pagar 4,83 mil milhões de dólares [4,64 mil milhões de euros] pela empresa detentora do motor de busca, mas uma fonte não identificada citada pela Bloomberg refere que a oferente pretende rever em baixa o valor da transação ou desistir da aquisição.
Uma equipa de juristas liderada por Craig Silliman está a analisar os danos originados pelas quebras de segurança ocorridas com a Yahoo. O objetivo é o de evitar as eventuais futuras consequências judiciais do caso que foi revelado publicamente nesta quarta-feira e remeter para a Yahoo as responsabilidades que possam vir a ser reclamadas por utilizadores das contas violadas.
Nesta quinta-feira, as ações da Yahoo registaram uma queda de 6,5%, na sequência da notícia em que se deu conta de que informação constante de mil milhões de contas foi roubada em agosto de 2013, o maior ataque de que os serviços da empresa foram alvo, de acordo com as revelações feitas nos últimos três meses. Entre os titulares das contas em causa encontram-se 150 mil funcionários da administração norte-americana.
“Vamos avaliar a situação enquanto a Yahoo prossegue as investigações”, declarou a Verizon através de um comunicado, “e vamos rever o impacto deste novo desenvolvimento antes de chegarmos a quaisquer decisões finais”. Ao anunciar o caso, a Yahoo reconheceu que, entre a informação roubada, se incluem mensagens eletrónicas, endereços de e-mail, nomes, números de telefone, datas de nascimento, palavras-passe e, nalgumas situações, perguntas e respostas sobre questões de segurança, encriptadas ou não. Garantiu, também, que os titulares das contas potencialmente afetados estão a ser notificados e que estão a ser tomadas medidas para assegurar a proteção das contas.
O interesse da Verizon na conclusão do negócio que está agora ameaçado, e que deveria estar fechado até ao final do primeiro trimestre de 2017, está na capacidade acrescida de expansão do negócio de telecomunicações móveis através da construção de um operação de media e publicidade móveis, assente nos mais de mil milhões de utilizadores registados na Yahoo. As sucessivas e extensas quebras de segurança ameaçam comprometer a reputação da empresa e a respetiva credibilidade junto dos clientes, conforme é admitido pela presidente executiva da marca, Marissa Mayer. Em setembro passado, a Yahoo reconheceu que meio milhão de contas tinha sido atacada com sucesso em 2014.