A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) lançou, esta sexta-feira, um projeto-piloto de rastreios ao cancro do cólon e reto que, após análise em quatro concelhos do Grande Porto, pretende estender ao restante território nortenho.
O cancro do cólon é o terceiro com maior incidência em Portugal e por dia morrem em média dez pessoas com cancro retal, sendo, indicaram os responsáveis da ARS-Norte numa cerimónia que na manhã levou a Valongo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, acrescentando que a taxa de incidência na região Norte é “significativa” o que ajuda a explicar o facto do número de colonoscopias ter duplicado em dois anos.
Assim, a ARS-Norte decidiu financiar rastreios em Valongo, Maia, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, num total de dez centros de saúde e podendo chegar a cerca de 6.000 pessoas.
Para realizar este projeto, a estrutura conta com a colaboração do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e da Unidade de Saúde Local de Matosinhos, aos quais caberá avançar com consultas e tratamentos após uma primeira abordagem nas unidades de saúde familiares.
O público-alvo dos rastreios são pessoas com idades entre os 50 e os 74 anos e existem dois modelos de captação: convite personalizado feito pelos profissionais da unidade de saúde e carta-convite enviada para casa.
“O objetivo é pelo menos chegar a 60% da população elegível para este piloto. Queremos também garantir que são feitas colonoscopias nos 60 dias posteriores ao rastreio. Nos resultados positivos, avançaremos com marcação de consultas e cirurgias”, resumiu o responsável do departamento de estudos e planeamento da ARS-Norte, Fernando Tavares.
Já o secretário de Estado avançou esperar que este projeto seja alargado a outras regiões do país, considerando “urgente” apostar na prevenção e doenças oncológicas quer por razões sociais mas a também lembrando que o Serviço Nacional de Saúde procura “sustentabilidade”.
Esta afirmação foi ao encontro da convicção do representante português da Associação Europa Cólon, Vítor Neves, que ao aplaudir o lançamento deste projeto, apontou que com ele o Ministério da Saúde pode “poupar em tratamentos futuros”.
O “piloto” que abrange, a partir desta sexta-feira, quatro concelhos do Grande Porto vai durar cerca de cinco meses, sendo após análise a largado à região.
O folheto sobre esta iniciativa indica que em Portugal são diagnosticados, por ano, cerca de 7.000 novos casos de cancro do cólon e reto mas, vinca a informação, “é possível prevenir esta doença”.
O consumo diário de frutas e verduras e a prática de exercício físico regular, bem como a realização do exame de rastreio que é gratuito são alguns dos concelhos que constam do folheto.