Processadores cada vez mais rápidos, mais armazenamento e memória RAM, câmaras com elevada resolução e ecrãs de alta definição. A tecnologia dos smartphones, tablets e wearables não pára de evoluir mas há um elemento técnico que tarda em acompanhar os restantes: a autonomia das baterias.

Se, por um lado, as baterias diminuem de tamanho ao mesmo tempo que oferecem maior autonomia, por outro, esse benefício tendem a esgotar-se mais depressa por causa do consumo energético dos restantes componentes – por exemplo, um ecrã de maiores dimensões tende a gastar mais energia que um mais pequeno ou menos brilhante. Daí que a maioria dos smartphones modernos esgotam uma carga num dia com utilização média e, tantas vezes, quando aumentamos o ritmo, a percentagem da bateria entra no vermelho ainda com o dia a meio.

É por isso que as baterias portáteis (o termo inglês power bank é muito utilizado na linguagem técnica) continuam a ser um item quase indispensável no dia a dia, sobretudo quando estamos em viagem e afastados de tomadas elétricas. Aliás, pela quantidade da oferta e pelo preço que custam, arriscamos dizer que já não há desculpa para ficar sem bateria no telemóvel.

O mercado é competitivo e cada vez mais diverso, mas a maioria dos carregadores portáteis partilha as mesmas características técnicas, mudando essencialmente no design, tamanho e capacidade de carga – que se mede, em termos práticos, pelo número de vezes que o power bank consegue carregar um smartphone.

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Ao ponderar a compra de uma bateria portátil, convém ter em linha de conta alguns aspetos:

Segurança

Como (quase) sempre, “o barato sai caro”. As baterias portáteis seguem regulamentos de segurança que visam impedir incidentes como o sobreaquecimento, a sobrecarga ou o curto-circuito. Os motivos são óbvios, apesar das notícias de explosões de baterias externas serem raras.

O mais importante a ter em conta é que estas baterias armazenam grandes quantidades de energia e que, em caso de defeito de fabrico ou mau funcionamento, podem danificar o equipamento que estão a carregar (smartphone ou tablet, por exemplo). Por isso, evite comprar uma bateria de uma marca desconhecida ou em lojas ou fornecedores em que não confie. Isto só por si não é garantia de evitar um incidente, mas é um bom princípio.

Menos importante mas igualmente a ter em conta: baterias “baratas” e de menor qualidade têm um tempo de vida geralmente mais curto.

Portabilidade

O tamanho e forma das baterias portáteis é muito variável, por isso outro fator a ter em conta é o uso que se lhe quer dar. Se é para ter consigo todos os dias, não precisa de uma bateria pesada e volumosa, mas sim de uma pequena para transportar confortavelmente na mala, mochila ou no bolso do casaco.

Algumas baterias já são pouco maiores que um cartão de crédito, mas não conte com elas para além de uma carga “SOS”. Contudo, o tamanho não é tudo, a forma da bateria pode ser um fator em conta, de acordo com o local onde a pretende transportar. Opte por um formato achatado se for para guardar no bolso do casaco, ou por um volume mais “quadrado” para a bolsa da mala ou mochila – muitas já trazem um compartimento preparado para o efeito.

Capacidade

Regra geral, quanto maior o tamanho, maior a capacidade de armazenamento. Com o desenvolvimento tecnológico isso deixou de ser uma característica linear, por isso tenha atenção a um dos números que aparece inscrito na embalagem: miliampere-hora (mAh).

O valor mAh traduz, na prática, o número de cargas que a bateria externa consegue “dar” ao dispositivo móvel. Por exemplo, uma bateria externa de 9.000 mAh é capaz de carregar (em teoria) por três vezes um smartphone equipado com uma bateria de 3.000 mAh.

Contudo, esta equação deve ser tida como meramente indicativa uma vez que, por exemplo, uma parte da energia armazenada perde-se pela emissão de calor. Por isso, seguindo o exemplo acima, uma bateria de 9.000 mAh deverá ser capaz de carregar uma bateria de 3.000 mAh por, digamos, duas vezes mais qualquer coisa.

Portas de carregamento

A maioria das baterias externas possuem duas portas USB de 5V, mas com capacidades de carga diferentes: de 1A para carregar o telemóvel e de 2A ou 2,5A para o tablet. Já começam a ser comuns os power banks com portas de carregamento rápido (fast charge ou quick charge) para os dispositivos equipados com esta tecnologia – caso contrário, não servem de nada, comportando-se como uma porta normal. Tenha em atenção que o modo “carregamento rápido” reduz a autonomia da bateria externa.

Algumas marcas comercializam carregadores portáteis já com um cabo e ficha integrados, uma solução prática que despreocupa o utilizador de ter de transportar mais um cabo. Depois, alguns modelos de baterias portáteis já permitem o carregamento de dois dispositivos em simultâneo. Outros conseguem carregar o smartphone e/ou o tablet durante o processo de carregamento da própria bateria.

Veja na fotogaleria acima alguns dos modelos que recebemos para teste. Lá encontra os respetivos links para os produtos, bem como o preço, autonomia e as principais características técnicas.