O voto de repúdio apresentado pelo BE na Assembleia da República e que será votado sexta-feira em plenário exige a “imediata retratação” do presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem.
O texto, a que a Lusa teve acesso, convida as restantes bancadas partidárias a expressarem “o seu mais veemente repúdio pelas declarações proferidas” e “exige a sua imediata retratação”.
“Como social-democrata, atribuo uma importância extraordinária à solidariedade. Mas também deve haver obrigações: não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”, afirmou o ministro das Finanças da Holanda e membro do Partido Trabalhista local em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, no domingo.
Para os bloquistas “estas afirmações xenófobas e sexistas são inaceitáveis e um insulto a todos os cidadãos do sul da Europa”. “O respeito entre os povos deve ser um dos pilares fundamentais das relações à escala europeia. Com esta afirmação, Jeroen Dijsselbloem demonstra deter uma visão preconceituosa e chauvinista sobre milhões de cidadãos e seus respetivos países, membros de pleno direito das instituições europeias”, continua o documento do BE.
Segundo o BE, “confrontado posteriormente com as suas próprias declarações por diversos deputados do Parlamento Europeu, Jeroen Dijsselbloem rejeitou qualquer pedido de desculpas aos países e povos do sul da Europa, demonstrando que as suas declarações provocatórias foram conscientes e intencionais”.
Já esta terça-feira, a deputada Bloco, Isabel Pires, reagiu ao Observador sobre a polémica onde considerava as declarações “absolutamente inaceitáveis pelo grau de preconceito que demonstram, de racismo, de xenofobia, de sexismo”.
O Governo português, através do primeiro-ministro e do ministro dos Negócios Estrangeiros, já defenderam o afastamento de Dijsselbloem da presidência do Eurogrupo.
Dijsselbloem foi “racista, xenófobo e sexista”, diz António Costa
Apesar da polémica, o holandês recusou-se esta quarta-feira a pedir desculpa pelas suas declarações.
“A mensagem é clara e tinha como destino todos os países da zona euro”